Não tendo o País um arquivo sistematizado de imagens e mesmo de informação escrita, os jogadores das gerações mais recuadas estão sempre em desvantagem. Afinal, grande parte dos 95% que votou pela internet não tem referências imagéticas de tempos mais recuados. Não sabe quem foi, por exemplo, um Arménio ou um Praia, um Carnaval ou um Inguila, um Salviano ou um Sabino. E jamais saberão porque, desafortunadamente, não há imagens de arquivo para que possam comparar os do passado com os dos tempos mais recentes. Ainda assim, nomes como os de Joaquim Dinis, o eterno "Brinca n"Areia", e Garcia, o grande "capitão" da Selecção Nacional e do 1.º de Agosto, figuram no "11" titular, assim como Ndungidi Daniel, um dos mais virtuosos futebolistas angolanos de todos os tempos. No fundo, a "equipa-tipo" de Angola independente eleita pelos radiouvintes foi bem equilibrada, com cinco elementos do período AC (antes do computador) e seis do DC (depois do computador). Isto é sinal que a memória colectiva da "tribo do futebol" está bem viva.

Na votação levada a cabo pela Rádio 5, a equipa ficou formada, em sistema 4X4X2, por João Ricardo; André Nzuzi, Pedro Garcia, Kali Alonso, Yamba Asha; Ndungidi Daniel, André Macanga, Paulo Figueiredo, Gilberto Amaral; Joaquim Dinis e Fabrice Akwá. O técnico escolhido pelos adeptos foi Oliveira Gonçalves, o homem que conduziu a Selecção Nacional ao primeiro "Mundial" da sua história e conquistou o CAN de Sub"20 em 2001. De fora ficaram nomes não menos sonantes como os de Jesus, Santo António, Abel Campos, Lufemba, Vata, Fusso, Sarmento, Lourenço Caquinta, Carlos Alves, Flávio Amado, Napoleão Brandão, Gelson Dala e muitos mais que espalharam o seu perfume pelos campos de Angola e do continente africano. A lista de craques que não teve lugar na "equipa ideal" dos 45 anos de independência é longa e qualquer deles podia fazer parte do "11" titular.

Dos 33 jogadores indicados como finalistas, o mais votado foi o atacante formado nas escolas do Nacional de Benguela. Ou seja, Fabrice Alcibíade Maieco, o Akwá que todas e mais algumas alegrias deu aos seus concidadãos, o homem que marcou o golo decisivo da qualificação angolana para o Campeonato do Mundo de 2006. Sozinho, o número 10 mais mediático do futebol angolano arrecadou 1.506 votos, seguido por Joaquim Dinis, a uma distância razoável, com 1.100 e Ndungidi Daniel, com 1.015. Portanto, para as gentes do futebol angolano, Akwá é o "maior" futebolista nacional do período que vai de 11 de Novembro de 1975 a 11 de Novembro de 2020.

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