Foram muitos os jovens de diversas universidades que estiveram presentes para discutir, de forma acesa, com os representantes da UNITA, FNLA,PRS e da CASA-CE.

E os únicos partidos que não responderam à chamada do CDEA foram o MPLA e a APN, sem adiantarem qualquer explicação. Já o representante da CASA-CE, Alexandre Dias dos Santos Libertador, embora tenha marcado presença na abertura da cerimónia, não ficou para o debate.

O docente universitário Agostinho Sicato, membro da organização do evento, que defende que esta actividade é, "na verdade, é uma dinâmica de cidadania, com transparência e tolerância", referiu que o mesmo "ultrapassou as espectativas, porque se ouviu das pessoas aquilo que realmente lhes vem da alma e as dúvidas sobre o que será de Angola depois de 23 de Agosto.

Agostinho Sicato disse também que o foco principal da (CDEA) é mostrar a juventude que antes de serem partidários são primeiro cidadãos, e que essa a ideia deve ser levada em consideração.

"É nessas eleições que teremos, pela primeira vez, um presidente que ainda não esteve no poder. Essa foi, na verdade, uma das razões que nos levou a querer compreender melhor o que os cidadãos pensam que Angola poderá ser depois das eleições", acrescentou.

Augusto Báfua Báfua foi um dos muitos jovens presentes na assistência. O participante espera que tenhamos "uma Angola diferente, com a participação de todos". "Não podemos continuar a pensar que só têm valor aqueles que lutaram para a independência de Angola", disse.

O participante lembrou que "já não estamos em 1975" e que "há necessidade de elevar a maturidade política", dando como exemplo a convivência nas Forças Armadas Angolanas (FAA): "O chefe de Estado-maior e o seu adjunto vieram das extintas FALA. Hoje são os chefes das FAA, e isso é bonito. Os políticos precisam de cultivar esse espirito democrático".

Nelito Ekuikui, que esteve em representação da UNITA, disse que este encontro "é uma forma de cidadania" e realçou a necessidade de aproximação entre partidos e cidadãos.

O também candidato a deputado pelo partido do "Galo negro", solicitou aos presentes que refletissem sobre a situação actual de Angola e pensassem nos desafios que se aproximam: "O meu partido ouviu todos os sectores da juventude e chegou a conclusão que precisamos, sim, de uma governação participativa".

Carlos Muondó da FNLA desejou que debates deste género aconteçam mais vezes para que a juventude tenha noção do passado em Angola para melhor decidirem o futuro do País.

Para Florencia Odeth Cassuala, da organização juvenil do PRS, "o actual Governo não tem em conta a juventude. A dirigente espera que o partido vencedor das eleições de Agosto próximo inclua mais os jovens durante o seu processo de governação.

"As pessoas precisam de acordar diferentes nas próximas eleições com esperança num futuro melhor ", concluiu.

Já Walter Ferreira, coordenador da Plataforma Juvenil para Cidadania, afirmou que "a juventude precisa de encontrar um espaço de debate para discutir os assuntos do País". E acrescentou: "A juventude precisa de um Estado vital. Para isso é necessário responsabilizar os partidos políticos, questioná-los e obrigá-los a discutir os pontos importantes para a soberania nacional".

O Centro de Debates e Estudos Académicos incentiva os especialistas e estudantes universitários a profundarem a investigação científica através de um prémio a ser criado e atribuído anualmente. A próxima discussão será em Benguela, em Agosto.