Em Junho, o Presidente deu o aval a uma despesa de 774,4 milhões de kwanzas para o processo de recadastramento das autoridades tradicionais junto dos balcões do BUAP - Balcão Único de Atendimento ao Público, a nível nacional, e para a aquisição de bens e serviços para materializar este programa, que está inscrito no Orçamento Geral do Estado (OGE2025).

Para a aquisição de serviços para o desenvolvimento, implementação e suporte ao processo de recadastramento, validação e emissão de cartões para as autoridades tradicionais, o Chefe de Estado destinou 522,4 milhões de kwanzas.

Já para a aquisição de quatro veículos automóveis e 20 motorizadas para o desenvolvimento, implementação e suporte ao processo de recadastramento, validação e emissão de cartões para as Autoridades Tradicionais, o PR reservou 252 milhões de kwanzas.

Por despacho publicado em Diário da República no dia 3 de Setembro, o ministro da Cultura aprovou quatro relatórios finais de contratação simplificada, em função de critérios materiais.

O primeiro servirá para a adjudicação do contrato de aquisição de serviços para elaboração de um plano de comunicação para o recadastramento das autoridades tradicionais, a produção de um spot publicitário e material de merchandising, a ser celebrado com a empresa Eco-Comunica, Lda, no valor global de 5,5 milhões de kwanzas; um outro será para a aquisição de quatro veículos automóveis, a ser celebrado com a empresa SOGEPOWER, Lda, no valor de 232,7 milhões kz;

O terceiro documento destina-se ao fornecimento de refeições para os funcionários e agentes administrativos que farão o recadastramento das autoridades tradicionais, a ser celebrado com a empresa Solicena, Lda, no valor de 19,5 milhões kz, enquanto o quarto contrato, a ser realizado com a empresa Hozoi Alexandre, Lda, é para a compra de 20 motorizadas de marca Baldex 50CC, e vale 19,3 milhões de kwanzas.

Segundo o Plano de Apoio e Promoção da Cultura (PLANACULT), consultado pelo Novo Jornal, e que usa a informação disponível na Direcção Nacional das Comunidades e Instituições do Poder Tradicional, estão cadastradas 40.075 autoridades tradicionais que auferem subsídios na ordem dos 755 milhões de kwanzas.

Entre os problemas registados, segundo o PLANACULT, destacam-se os de conflitos de sucessão, criação de novos reinados, sobados e linhagens e ingerência nos assuntos administrativos locais.

O Ministério da Cultura promoveu, em 2019, o III Encontro Nacional sobre as Autoridades Tradicionais.

As preocupações relacionadas com a proliferação de autoridades tradicionais, de acordo com o PLANACULT, "podem ser mitigadas com o processo de recadastramento e criação de base de dados, tendo em conta as regras do direito consuetudinário como a linhagem, comunidade e território de jurisdição".

As autoridades tradicionais estão divididas por categorias: reis, sobas grandes, sobas, seculos, ajudantes de soba grande e de soba.