O país conseguiu 187 votos dos 193 países presentes na plenária da Assembleia Geral da ONU, conseguindo o segundo melhor resultado entre os 16 candidatos, apenas superado pelo Senegal que conquistou 188 votos.

Nigéria, República Democrática do Congo (Região Africana), Malásia, Nepal, Paquistão e Qatar (Ásia-Pacífico), Eslováquia e Ucrânia (Europa do Leste), Chile, México e Peru (América Latina e Caraíbas) e Austrália e Espanha (Europa Ocidental e outros Estados) são os restantes eleitos.

A UNITA entende que a eleição de Angola como membro do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas na segunda-feira, 16, em Genebra configura "uma grande responsabilidade para o país".

"É uma responsabilidade enorme quando um país é eleito para estar nesta organização internacional de muito prestígio", disse o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, lamentando que "desde que, em 2002, Angola conquistou a paz", os direitos humanos sejam "violados regularmente".

Lembrou que, "depois da realização das eleições gerais, a 23 de Agosto deste ano, no país aconteceram graves violações dos direitos humanos nas províncias do Huambo, Benguela e Lunda Sul".

"Militantes do MPLA e da UNITA entraram em confronto e até agora ninguém diz nada", lastimou, apelando para que Angola assuma com responsabilidade o cargo junto das Nações Unidas.

O membro do MPLA, António Cadete Sampaio Neto, elogiou a eleição, augurando que " nos últimos anos, melhorou a situação dos direitos humanos em Angola".

"Já não há muitos relatos sobre violação dos direitos humanos em Angola. Esperamos que o mandato do país tenha êxitos", afirmou.

Os relatos sobre casos de violações dos direitos humanos em Angola estão a preocupar o activista Domingos Taca, que responsabiliza as autoridades policiais.

"Muitos casos de violação dos direitos humanos envolvem oficiais e agentes ligados ao Ministério do Interior. O Governo tem muito que fazer para acabar com esses abusos", apelou.

O membro do PRS, Almeida Kituya, elegeu abusos de poder pela polícia, prisões ilegais, presos que cumprem as suas penas e continuam detidos, demolições de casas e falta de resposta do governo, como principais problemas que mancham os direitos humanos em Angola.

"Nas Lundas, seguranças das empresas privadas que exploram diamantes espancam, matam e violam, mas ninguém diz nada. Até quando está triste realidade?", questionou.

Angola já fez parte do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, onde cumpriu dois mandatos consecutivos no período de 2007 a 2013. Antes, o país tinha sido membro da então Comissão de Direitos Humanos da ONU, de 1992 a 1997.

Sedeado em Genebra, Suíça, o Conselho de Direitos Humanos é um órgão subsidiário da Assembleia Geral das Nações Unidas, formado por 47 membros, responsável pela promoção e protecção dos direitos humanos, desde a sua fundação em 2006.