Acompanhado de vários membros do seu Governo e da sua mulher, Ana Dias Lourenço, o Presidente da República chegou a Bruxelas a seguir a uma curta estadia em Espanha que intervalou a recente visita a França.

Nesta visita à Bélgica, e à sede da União Europeia, em Bruxelas, o Chefe de Estado angolano vai ser, segundo o programa, recebido pelo rei dos belgas, Filipe, e pelo primeiro-ministro e chefe do Governo belga, Charles Michel, e com lideres dos diversos órgãos da União Europeia.

Para além destes encontros oficiais, Lourenço manterá ainda encontros com a comunidade angolana presente na Bélgica e no Luxemburgo, país vizinho e com rápidos acessos à capital belga, bem como com um conjunto alargado de homens de negócios aos quais procurará, em conjunto com os membros da sua equipa económica, convencer a apostar na economia angolana.

O ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, que integra a comitiva, explicou aos jornalistas angolanos que acompanham esta visita, que o objectivo é conseguir que os empresários belgas investam em Angola no âmbito do esforço que está em curso para libertar a eco0nomia nacional da dependência do petróleo.

Em Bruxelas desde ontem, um dos primeiros momentos de agenda de João Lourenço, naquele que é o segundo país europeu a merecer a escolha do Presidente para uma vista de Estado, é um encontro com empresários organizado pelaCâmara de Comércio e Indústria Bélgica-Luxemburgo-ACP (África, Caraíbas e Pacífico).

Em Bruxelas, Nunes Júnior repetiu aquele que tem sido o diapasão dos propósitos nacionais em diversificar a economia, libertando-a das grilhetas do petróleo, mais competitiva e sustentável, menos frágil perante as oscilações do crude nos mercados internacionais, como sucedeu e ficou provado com a crise que o país ainda atravessa e que começou em 2014 com a queda abrupta do valor do barril.

Para isso, e face a uma das mais presentes críticas que o empresariado europeu e instituições mundiais, como o FMI ou o Banco Mundial, fazem a Angola, que é o complexo e difícil ambiente de negócios, como garantiu Manuel Nunes Júnior, está a ser melhorado, dando como exemplos disso mesmo as novas leis do investimento privado, da concorrência e o combate cerrado à corrupção, ou ainda a facilitação de vistos de entrada.

Sobre o repatriamento de dividendos das empresas para os seus países de origem, um dos grandes problemas que o país apresenta actualmente, Manuel Nunes Júnior disse que o Executivo está a criar um calendário de repatriamento desses recursos.

"Isso é importante, porque dá a essas empresas um sentido de previsibilidade. Embora não se possa resolver tudo de imediato, mas gradualmente, este processo vai ter lugar", disse.

Citado ainda pelo Jornal de Angola, o ministro de Estado insistiu na ideia de que a diplomacia económica é o principal foco e ferramenta dessa diversificação da economia.

"Estivemos em França, onde tivemos um encontro com a classe empresarial local, reunida na sua organização empresarial mais importante, e foi transmitida a mensagem no sentido de atrair o investimento francês para a nossa economia, o mesmo vamos fazer agora na Bélgica", informou.

No entanto, outro dos momentos mais importantes desta visita é a deslocação que João Lourenço fará a Antuérpia, um dos grandes centros mundiais do negócio dos diamantes, aproveitando para incentivar as empresas de um e do outro lado a estreitarem relações para impulsionar o sector e a sua rentabilidade.