Os responsáveis pela gestão do condomínio vão, a partir do dia 15, reduzir a entrada de funcionários, paralisar as obras, limitar as visitas aos moradores e as realizações de eventos festivos. Vai também reforçar os efectivos de segurança para garantir a protecção dos moradores durante o período eleitoral, soube o Novo Jornal.

A administração daquele projecto habitacional teme que após o anúncio dos resultados das eleições gerais de 24 de Agosto o País possa viver um clima de perturbação social.

Em comunicado aos moradores, assinado pela administração e pela comissão de condóminos, o Condomínio Jardim de Rosas assegura que já instruiu a empresa de segurança a manter o controlo da entrada e saída do espaço, bem como reforçar as rondas no seu interior.

Segundo o comunicado, a que o Novo Jornal teve acesso, para tal, estarão paralisadas as obras nas residências de 22 a 26 deste mês, e, de igual modo, estão limitadas as visitas de amigos e a entrada de prestadores de serviço.

Quanto às actividades festivas, a administração do condomínio diz que fica proibida a sua realização além das 23:00.

No que toca às restrições, segundo o comunicado, estão dispensados os empregados domésticos, jardineiros e outros que pernoitam nas residências.

A administração recomenda, no comunicado, que os moradores devem ter alimentos suficientes em casa, assim como gás de cozinha e água em tanques.

"Manterem-se em comunicação com familiares e amigos sobre qualquer informação e partilharam-na com os demais habitantes", lê-se no comunicado.

Este condomínio é local de habitação de vários elementos da estrutura mais elevada do Governo, das Forças Armadas e da Polícia Nacional, estando ainda entre os seus residentes alguns diplomatas estrangeiros e nacionais.

Sobre o medo demonstrado pela administração do Condomínio Jardim de Rosas, o Novo Jornal contactou a Polícia Nacional em Luanda e uma fonte daquele órgão assegurou que não há razões para tal, uma vez que a ordem e a segurança antes e após o período eleitoral serão sempre mantidas.

O Novo Jornal sabe que existem outros condomínios onde este tipo de medidas estão a ser pensadas por imposição dos moradores.

Em Junho último, o comissário-geral Arnaldo Manuel Carlos realçou, na província do Huambo, que a Polícia Nacional está preparada para o asseguramento das próximas eleições gerais do País.