De acordo com uma nota da Secretaria dos Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa do Presidente da República, a reunião dos quatro presidentes africanos foi decidida na mais recente cimeira do grupo, que aconteceu no Palácio Presidencial em Luanda, no dia 02 deste mês.

Nessa ocasião, os presidentes do Ruanda e do Uganda reafirmaram o compromisso histórico de não apoio aos movimentos, guerrilhas e milícias que desestabilizam os países da Região dos Grandes Lagos, com especial enfoque no Uganda e no Uganda, que está contido no Memorando de Entendimento assinado em Luanda em Agosto do ano passado em Luanda e no decurso de uma iniciativa de João Lourenço nesse sentido.

Este compromisso, que emerge da iniciativa do Presidente João Lourenço que vem de 2019, e que, mais uma vez, reuniu em Luanda Paul Kagame, do Ruanda, Yoweri Museveni, do Uganda, e, da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, visa especificamente criar condições para que nem o Ruanda nem o Uganda apoiem acções de desestabilização de um lado e do outro da fronteira.

Recorde-se que este compromisso, para o qual o Chefe de Estado angolano contribuiu com o peso geoestratégico de Angola no contexto dos Grandes Lagos, e que tem como pano de fundo a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), passa muito pela urgência de debelar todas as guerrilhas e milícias que actual há décadas no leste da RDC, nomeadamente nas províncias dos Kivu Norte e Sul e ainda Ituri.

Isto, porque se trata de territórios ricos em recursos naturais que guerrilhas como as FDLR, proveniente do Ruanda, e as ADF, do Uganda, bem como milícias violentas como o M23 (Exército Revolucionário Congolês), desde meados da década de 1990 que mantém a ferro e fogo como estratégia para explorar recursos como diamantes, coltão ou cobalto, muitas das vezes com a exploração de trabalho infantil ou forçado.

Recorde-se que antes desta iniciativa de Lourenço, os dois países estiveram quase a entrar em conflito armado através dos seus exércitos por causa de acusações mútuas de invasão territorial, tendo mesmo havido algumas, embora esparsas e de baixa intensidade, escaramuças armadas.

O diálogo foi reafirmado como a principal ferramenta para as próximas Cimeiras e para a consolidação de um relacionamento assente na confiança entre os dois países, começando pela libertação de cidadãos de um e do outro lado, detidos pelas autoridades, devidamente identificados nas anteriores conversações em diferentes níveis, geridas pela comissão mista criada para o efeito.