Os dados foram avançados pela deputada do Grupo Parlamentar do MPLA, Júlia Ornelas, para salientar que "o Executivo está seriamente comprometido com o exercício da cidadania em Angola"

"Mais de cinco milhões de cidadãos foram registados pela primeira vez em todo o País e foram emitidos mais de três milhões de Bilhetes de Identidade de 2017 a 2021. Isso é um exercício para o bem do cidadão", disse a deputada.

A CASA-CE, na voz do líder do seu Grupo Parlamentar, Alexandre Sebastião André, referiu que os deputados à Assembleia Nacional, com esta iniciativa, pretendem clarificar a posição dos cidadãos, em relação ao direito de manifestação e o papel das Forças de Defesa e Segurança.

O exercício da cidadania pressupõe, na visão de Alexandre Sebastião André, "o direito de ser feliz e os governantes angolanos deviam de facto trabalhar para que os povos fossem felizes todos os dias, dando condições para que tenham uma vida digna, com qualidade e protecção".

"No nosso País, os motivos das manifestações estão indubitavelmente identificados: desemprego, que é galopante, condições sociais de vida cada vez mais deficitárias, promessas irrealizáveis, como é caso da institucionalização das autarquias, a incorrecta definição de políticas públicas", frisou.

Segundo o deputado, o poder público tem uma significativa responsabilidade no desempenho das tarefas económicas, sociais e culturais, incumbindo-lhes pôr à disposição dos cidadãos condições sociais como instituições de ensino e saúde, e de garantir a assistência médica e medicamentosa, a segurança, transportes, emprego, entre outras.

"O legislador foi feliz ao consagrar a garantia de todos os cidadãos à liberdade da reunião, de manifestação pacífica sem armas, sem necessidade de qualquer autorização nos termos da Lei", frisou, lamentando que isto não é sempre respeitado pelas autoridades.

"A cidadania é um valor democrático. Não há cidadania se não estivermos num Estado democrático. Cidadania exprime-se actualmente num conjunto de direitos e deveres fundamentais do cidadão", acrescentou.

A UNITA, na voz do deputado Alcides Sakala, referiu que o exercício da cidadania em Angola, enquanto Estado democrático e de direito, exige uma verdadeira reconciliação nacional.

"Enquanto existir a partidarização das instituições públicas não haverá exercício da cidadania em Angola", concluiu Alcides Sakala.