As garantias, inicialmente deixadas pelo director do Gabinete Provincial de Infra-estruturas Públicas, Fernando Ekuma, foram reforçadas, esta quinta-feira, 12, num encontro entre membros do GPB e integrantes das organizações cívicas em causa.

Desta forma, as autoridades locais evitaram uma marcha agendada para amanhã, correspondente à quarta e última fase da campanha, em curso desde 22 de Abril.

Em conferência de imprensa, hoje, a activista Florinda Ricardo, presidente da Associação Rainhas de Angola, uma das várias organizações envolvidas, disse que o governador provincial, Manuel Nunes, garante que a iluminação pública será uma realidade até finais de Agosto.

Ela avançou que os promotores da campanha foram ignorados pelo Governo na primeira fase, que previa um contacto com as autoridades, assinalando que o encontro a pedido de Nunes Júnior foi realizado após a marcação de manifestação.

"Este protesto [manifestação] voltará a ser acionado se não houver nada dentro do prazo prometido. Há também, ainda nesta fase, a possibilidade de vigílias", adiantou.

O activista Leandro Chiwale, outro integrante da campanha, estranha que, uma vez aprovado, o GPB não tenha revelado o orçamento para iluminação num importante troço da Estrada Nacional (EN- 100).

Já o coordenador, João Malavindele, líder da Omunga, notou que as informações prestadas pelo Governo Provincial de Benguela apontam para um projecto provisório, com "cabos aéreos", idêntico a outros que não surtiram os efeitos desejados.

A iluminação ao longo dos trinta quilómetros obedecerá a duas formas de contratação pública, a carta convite endereçada a certas empresas e o concurso público.

"Não confiamos no Governo a cem por cento, por isso, no quadro da fiscalização que fazemos, quisemos saber também a modalidade", vincou Malavindele.

A iluminação pública, como tem noticiado o NJ, é um elemento em falta na reabilitação de algumas ruas, no quadro das obras emergenciais, de subordinação central, embora se verifique já a existência de postes.

A campanha, já com uma petição pública com 299 assinaturas, engloba ainda a recolha de dados sobre a sinistralidade rodoviária neste troço, com a Polícia como fonte de informação, e mobilização dos cidadãos.

Aliás, imbuídos no espírito de que "democracia pressupõe diálogo", outros actores, como o sociólogo Victorino Roque e o líder da Associação Juvenil para a Solidariedade (AJS), Júlio Lofa, deixaram claro que a anulação da marcha não representa o fim deste movimento.

"Queremos mais contribuições da sociedade, temos muitos acidentes numa via utilizada também por gente do aparelho do Estado e seus familiares", vincou o sociólogo, ao passo que Júlio Lofa lembrou a todos que "a sociedade civil é um agente para a mudança, deve apoiar o exercício de cidadania".

A Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), a Organização Humanitária Internacional (OHI) e a organização feminina Tchatokota são outros integrantes da campanha.