O acórdão será proferido pelo Supremo pela juíza Anabela Valente, que antes dará as respostas aos mais de 300 quesitos formulados (perguntas fundamentais que devem ser respondidas como provadas ou não provadas) pelo tribunal.

A decisão final deste mediático julgamento esteve inicialmente agendada para o dia 27 de Outubro, mas devido ao elevado número de quesitos, foi remarcado para o dia 6 de Novembro.

Na semana passada, o tribunal concluiu finalmente esta fase, e, pelo que o Novo Jornal apurou, são agora mais de 300, devido à introdução de novos quesitos, depois de o tribunal formular 285.

Na fase das alegações, o Ministério Público (MP) deixou cair a maioria dos crimes de que vinha acusado o general "Kopelipa", antigo chefe da Casa Militar de José Eduardo dos Santos e director-geral do Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN).

Quanto ao general "Dino", antigo chefe das comunicações de José Eduardo dos Santos, e aos restantes arguidos do processo, incluindo as empresas chinesas, o MP pediu a sua condenação pelos crimes de falsificação de documentos, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

Segundo a acusação, o Estado angolano saiu lesado em vários milhões de dólares que pagou para a construção de diversos projectos habitacionais.

Com base na produção de prova, caberá ao tribunal condenar ou absolver os arguidos .

Em tribunal, o MP assegurou que não conseguiu encontrar provas documentais que certificassem o envolvimento do general "Kopelipa", sobretudo o do crime de peculato e outros, pelo facto de os documentos terem desaparecido ao longo do tempo em várias instituições, após vários ataques de hackers, tal como avançou o Novo Jornal no mês passado.

São arguidos os generais "Kopelipa" e "Dino", Fernando Gomes dos Santos, Yiu Haiming, e as empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited, acusados pelo MP da prática dos crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa e abuso de poder.