Esta comissão de inquérito vai integrar elementos do Comando da Polícia Nacional de Benguela e da organização do festival onde estas nove pessoas, oito, segundo algumas fontes, morreram, segundo testemunhas ouvidas por diversos órgãos de comunicação social, espezinhadas e asfixiadas pela multidão.

Segundo conta o Jornal de Angola, o espectáculo já decorria desde as 16:00 de Sábado e, cerca da 01:00 de Domingo, quando estava prestes a terminar, a multidão, que contava, pelo menos, 15 mil pessoas, resolveu "exigir" a presença de um músico que estava, ou se pensava estar, no local mas que não fazia parte da lista de 30 artistas convidados pela organização.

Como obteve por resposta uma recusa, precisamente porque o músico não estava nessa lista, começaram a ser atiradas garrafas para o palco, gerando uma confusão que cresceu para o caos completo quando a polícia tentou dispersar a multidão com gás lacrimogéneo.

O descontrolo levou a população a pisotear aqueles que caíram ou foram empurrados para o chão, acabando por resultar na morte de sete pessoas, declaradas mortas já no hospital mas que se presume ali terem chegado já cadáveres, e mais duas já depois de terem sido assistidas no Hospital Geral de Benguela.

Ainda segundo testemunhas, a situação foi agravada pelo facto de os portões do estádio terem sido fechados, dificultando a dispersão da multidão.

Este espectáculo reuniu cerca de 30 artistas, entre estes Big Nelo, Puto Português, Ary, Yola Semedo, Yuri da Cunha, Matias Damásio e Yola Araújo.

Recorde-se que a ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, após esta tragédia, chamou à atenção para a necessidade de serem salvaguardadas as condições de segurança quando se organizam este tipo de espectáculos.

E deixou, em conferência de imprensa, a garantia de que o seu ministério vai tudo fazer para que as actividades culturais cumpram as regras de segurança definidas por lei.

Esta não é a primeira vez que pessoas morrem por esmagamento provocado por multidões, sendo alguns dos episódios semelhantes mais conhecidos os que acontecerem durante uma actividade religiosa da IURD, no final de 2012, em Luanda, onde morreram pelo menos 16 pessoas, e ainda durante a visita do Papa, em 2009, onde pelo menos dois jovens perderam a vida pisados e asfixiados pela multidão, no Estádio dos Coqueiros.