O tribunal solicitou auxílio ao Ministério das Relações Exterior (MIREX) e ao Serviço de Investigação Criminal para encontrar intérpretes para este julgamento, soube o Novo Jornal junto de fonte judicial.

Segundo a acusação, a rede era composta por 23 cidadãos angolanos, 11 de nacionalidade chinesa e um ugandês, acusados pelo Ministério Público (MP) da prática dos crimes de prática ilícita de jogos, coacção à prática de jogo e jogo fraudulento, falsidade informática, associação criminosa, branqueamento de capitais, retenção de moeda, fraude fiscal qualificada, e obstrução à justiça.

O esquema, segundo o Serviço de Investigação Criminal (SIC), visava extorquir, burlar e obter dados de cidadãos brasileiros e portugueses via phishing.

O Hotel Diamond Black, localizado no bairro Kifica, no Benfica, era o centro da operação criminosa.

Segundo a acusação, o estabelecimento estava arrendado para oficina de automóveis, mas foi usado para actividades ilícitas e contava com quatro salas equipadas com material informático.

Uma das salas era dedicada à criação de falsos perfis nas redes sociais, de modo a conseguir amizades com cidadãos portugueses bem posicionados e obter destes o número do WhatsApp para acções como phishing, extorsão e burlas por meio de chamadas de voz e de vídeo através do aplicativo.

O phishing é uma técnica de engenharia social usada para enganar usuários de internet, usando a fraude electrónica para obter informações confidenciais, como nome de usuário, senha e detalhes do cartão de crédito.

Os burlões "recorriam à inteligência artificial para mudar os rostos das funcionárias da empresa para as tornar mais atraentes durante a interacção em vídeo-chamadas, sobretudo com cidadãos portugueses, que aceitavam amizades no Facebook.