"Temos já um plano estratégico multissectorial e já adquirimos equipamento de segurança, de biossegurança. Todos os postos fronteiriços, não só com a RDC, mas com outros países, estão preparados com todo o equipamento de biossegurança, para de facto haver uma monitorização dos doentes", explicou Helga Freitas, à margem do seminário sobre os municípios e a saúde no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), a decorrer em Lisboa.

Helga Freitas esclareceu que estão "formadas equipas", com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), e que o país está preparado "tanto com formação dos técnicos da saúde como dos próprios profissionais das fronteiras".

A assessora da Direcção Nacional da Saúde Pública diz ser indispensável "haver um reforço ao nível dos pontos de entrada de forma a prevenir uma expansão do vírus" e lembrou que a RDCongo tem uma história "já recorrente" de casos do vírus ébola, salientando que o país vizinho tem "tido sucesso no controlo do vírus".

Declarada a 01 de Agosto no leste da RDC, nas províncias do Kivu Norte e Ituri, esta epidemia de Ébola, febre hemorrágica de grande taxa de letalidade, desde logo se mostrou bastante mais difícil de controlar que as outras nove que já surgiram no país desde que o vírus foi descoberto em humanos, em 1979.

O agravamento da epidemia nas últimas semanas, somando-se já 139 mortos desse 01 de Agosto entre cerca de 210 casos de contágio confirmados e outras dezenas de suspeitos, deveu-se em grande parte a uma vaga de ataques de milícias e das guerrilhas, pondo em perigo a vida dos elementos das equipas sanitárias, quer se viram obrigados a procurar segurança fora da zona de risco onde procuram conter a doença.