O agente da PSP - similar à Polícia Nacional angolana - Carlos Canha, depois de o vídeo onde surge a recorrer à força para manter no chão a angolana Cláudia Simões, de 42 anos, ter chegado às redes sociais, foi alvo de um inquérito mandado abrir pelas autoridades portuguesas
Agora, revela a imprensa portuguesa, o agente que agrediu, segundo entendimento do MP mas sem ainda ter sido condenado, Cláudia Simões, por causa de um episódio que envolveu também a sua filha de oito anos, por não ter consigo o passe de autocarro - título de transporte pré-comprado mensal -, deverá ser julgado por ofensa à integridade física qualificada, cuja moldura penal, segundo a lei portuguesa, se for provada a "especial censurabilidade ou perversidade" da agressão, pode ir até 12 anos de prisão.
Recorde-se no entanto que Cláudia Simões também foi constituída arguida dias depois de se terem registado as agressões, sendo acusada pela PSP de ter mostrado agressividade para com o agente da polícia e o ter mordido com violência.
Como o Novo Jornal noticiou também na altura,decorre um inquérito mandado instaurar à Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) pelo Ministério do Interior, similar ao Ministéro do Interior angolano.
MPLA pediu condenação do agente da PSP
Sobre este caso, recorde-se que a vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, aproveitou uma passagem por Lisboa, no início de Fevereiro, para visitar a cidadã luso-angolana, onde disse esperar que o agressor seja punido.
O incidente gerou um claro mal-estar por parte de milhares de angolanos que nas redes sociais criticaram o acto do agente da Polícia de Segurança Pública.
A PSP e os seus sindicatos insurgiram-se contra as acusações de que o agente foi alvo, defendendo que se tratou de uma acção legítima perante uma cidadã que resistiu à voz da autoridade.
Segundo o relato de Cláudia Simões, quando estava a entrar no autocarro com a sua filha menor, de oito anos, o motorista pediu o passe - documento pré-pago que serve de título de transporte durante um mês - da criança.
Por esta não o ter consigo, pediu que saísse do autocarro, ao que a mãe se recusou visto que, sendo verdade que se tinha esquecido do passe, as crianças daquela idade estão isentas de pagamento de bilhete.
O motorista chamou a polícia e foi nesse momento que surgiram as altercações que serão apuradas nos inquéritos em curso.
Nesta deslocação a Lisboa, Luísa Damião solidarizando-se com Cláudia Simões e disse que o agente da PSP fez o uso de força desproporcional perante uma pessoa indefesa.
A Vice-presidente do MPLA defendeu ainda que as autoridades portuguesas tudo devem fazer para que o autor da agressão seja punido pelos actos praticados.