Em tribunal, o empresário disse que "o BNA não tinha legitimidade para dizer que a Xtagiariou era ilegal porque foi o próprio BNA quem passou uma documentação a dizer que não é da sua competência ceder licença à empresa, mas sim da Comissão de Mercado de Capitais (CMC), que é a instituição que regula esta actividade".

Segundo o arguido, foi a partir deste comunicado do banco central que as pessoas deixaram de acreditar na sua empresa.

Em tribunal o empresário diz ter provas de que recebeu do BNA, em Junho de 2021, aconselhamento e ajuda prática para ir solicitar a licença junto da CMC.

Solicitadas as provas, este arguido, através da sua advogada, apresentou os documentos ao juiz, pelo que o tribunal deverá analisá-los.

Sobre o empresário recaem acusações da prática dos crimes de usura e associação criminosa, consubstanciados no recebimento de centenas de milhões de kwanzas de diferentes pessoas com promessas de reembolso no período de seis meses.

O empresário foi detido no bairro da Caponte, na companhia de um funcionário, que segundo o Serviço de Investigação Criminal, obstruía a investigação.

Em Janeiro de 2022, vários cidadãos lesados apresentaram em grupo queixa ao SIC, em Viana, após a empresa Xtagiarious Finance não cumprir com o reembolso dos valores aos cidadãos, como tinham acordado as partes em Dezembro de 2021.

Segundo os clientes, na altura, o proprietário garantiu que iria trabalhar com um mini-autocarro para pagar as dívidas, o que não aconteceu.

Em comunicado, em 2021, oo BNA fez saber que a empresa não estava habilitada a exercer qualquer actividade financeira sujeita à sua supervisão, sobretudo na captação de depósitos e aplicações monetárias, actividades estas reservadas às instituições financeiras bancárias.

No dia 03 de Agosto de 2022, o empresário e proprietário da empresa Xtagiarious Finance, Edson Caetano de Oliveira, foi constituído arguido por fortes indícios da prática dos crimes de usura e associação criminosa.

Edson Caetano de Oliveira viu apreendidos, ainda em Agosto, 16 imóveis no Zango 8.000, pertencentes ao empresário e à empresa Xtagiarious.

A detenção de Edson de Oliveira, que estava em fuga, e do funcionário da Xtagiarious Finance ocorreu em Outubro, quando circulavam na via pública na província de Benguela.