No vídeo, embora os contornos não sejam de fácil definição, aparece o general Wala, visivelmente incomodado, a repreender com veemência uma jovem, argumentando que, sendo um general "deste País" não deveria ser tratado daquela maneira, embora não seja possível discernir as razões que justificaram aquele "ralhete".

No comunicado divulgado pelo Estado-Maior General das FAA (EMGFAA) lê-se que aquele episódio entre o oficial e a jovem mulher, ocorridos no último dia de Fevereiro, conduziram à instauração de um inquérito a cargo do Conselho Superior de Disciplina Militar com o objectivo de determinar as razões do comportamento do militar que estava fardado durante aquele incidente, onde, como mostra o vídeo, repreende de forma severa a jovem que estava sentada à mesa com outras pessoas.

Embora não seja possível afirmar sem espaço para a dúvida, a frase proferida pelo oficial e citada, a partir do vídeo, pela Lusa, permite avançar que a jovem se recusou a sentar-se na mesa do general Wala, embora não exista nada a indicar qual a intenção do militar.

A frase é esta: "Eu sou teu mais velho, não permito esse tipo de coisa, é por isso que o país está desumanizado. Eu estou a dizer "vem para aqui minha senhora", você está na idade da minha filha e não me respeitaste".

O oficial, que tinha à sua volta outros militares fardados, seus subalternos, chegou a dirigir ameaças à jovem no sentido de a obrigar a ir a uma esquadra da polícia, embora não seja claro qual o motivo.

Face a este cenário, o EMGFAA explica que, "por entender que se trata de um assunto público, que merece o devido esclarecimento, reitera que as Forças Armadas Angolanas têm uma relação salutar com o povo de que são oriundas e vão continuar a defender os legítimos interesses da nação, incluindo o direito à justiça".

Ainda no comunicado, as chefias militares pedem à população que se mantenha serena, evitando deixar-se levar pela "carga especulativa" inserida no vídeo que está na origem desta situação, sublinhando que foram tomadas as medidas necessárias.

Recorde-se que o tenente-general Wala, um dos mais conhecidos oficiais das FAA pelo seu envolvimento directo na morte de Jonas Savimbi, em 2002, foi o comandante envolvido no episódio que resultou na morte de um menor, durante uma operação de demolições de habitações, no Zango, onde um dos militares comandados por si disparou, provocando a morte a Rufino, de 14 anos, quando este protegia a sua casa.