O Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) denuncia que há um grupo de jovens que espalha o medo e terror nas escolas e por essa razão vai reunir com a Polícia Nacional (PN) esta terça-feira, dia 14, para falar do assunto.

Ao Novo Jornal, os professores do IMEL afirmam que querem que o grupo seja expulso do ensino para servir de exemplo à sociedade e pedem maior responsabilidade dos pais e encarregados na educação dos filhos.

A agressão ao estudante de 15 anos, no pátio do Instituto Médio de Economia de Luanda, ocorreu na passada quinta-feira, 10, mas o assunto veio à tona no final-de-semana devido à viralização do vídeo da agressão nas redes sociais.

Esta segunda-feira, após reunirem com os encarregados e os estudantes, a direcção do IMEL, decidiu suspender o grupo de cinco estudantes (os agressores) por sete dias, enquanto decorrer o inquérito que está aberto.

Ao Novo Jornal, vários alunos do IMEL, revoltados, disseram que actos do género têm sido recorrentes fora da instituição e condenam a atitude dos colegas agressores.

Os estudantes, assim como os professores, pedem que os responsáveis pela agressão do colega sejam expulsos da instituição e do ensino.

"Já é demais, qualquer dia vamos ter morte aqui no IMEL. Tem dias que só a polícia é que consegue acalmar os ânimos destes colegas violentos", contou um grupo de estudantes com quem o Novo Jornal conversou esta manhã no IMEL.

Gelson Viera Joaquim, coordenador do curso de Gestão Empresarial do Instituto Médio de Economia de Luanda, explicou ao Novo Jornal que um grupo de estudantes da 12.ª classe entrou para a sala dos alunos do 10.ª, que estavam numa aula de Inglês, desrespeitando o professor que se encontrava na sala.

Por um dos estudantes pedir para se retirarem da sala, o grupo da 12.ª classe interpretou a atitude do colega como sendo desafiadora.

Reza a norma do IMEL que não podem estar nas salas de aulas os alunos que não sejam daquela turma.

O coordenador continuou a explicar que os estudantes agressores saíram da sala e foram à sua turma buscar reforços.

"Foi assim que regressaram com um grupo de mais de 15 elementos, somente para tirar satisfação a dois colegas que lhes terão perguntado porque é que entraram daquela forma na sala de aulas".

Segundo o responsável do curso, o grupo de estudantes da 12.ª classe invadiu a turma da 10.ª, mesmo com o professor na sala e retiraram à força o colega, que agrediram fisicamente.

Conforme o coordenador, os professores estavam em aula daquele momento e foram surpreendidos com o barulho dos estudantes da 10.ª classe.

No vídeo que viralizou nas sedes sociais, vê-se o estudante a ser brutalmente espancado pelos colegas que exibiam armas brancas e outros objectos contundentes.

A direcção do IMEL confirmou ao Novo Jornal que foram encontrados, em posse dos estudantes agressores, facas, tesouras, pregos, agulhas, mangueira e um frasco "spray".

Segundo Gelson Viera Joaquim, os estudantes tiveram um comportamento criminoso que é reprovável a todos os níveis.

"No encontro que tivemos com os professores, os mesmos foram unânimes em dizer que o grupo de estudantes agressores deve ser expulso da instituição e do ensino. Mas essa é uma questão que superiormente vai ser analisada", explicou o também professor.

Francisco Teixeira, líder do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), disse ao Novo Jornal que o vídeo do IMEL em que o estudante é agredido é repugnante.

"Aquilo a que assistimos no vídeo do IMEL é repugnante. Não vamos tolerar isso. Ultimamente tem sido assim em várias escolas da capital e do País", disse Francisco Teixeira, denunciado de que "existe um grupo de jovens que tende a criar o medo e espalhar terror nas escolas".

Conforme o líder do MEA, esta terça-feira a direcção do Movimento dos Estudantes Angolanos irá reunir com o comando provincial de Luanda da Polícia Nacional (PN) para averiguar a situação. Segundo o MEA, pelas idades dos estudantes agressores, estes devem ser responsabilizados criminalmente.

O Novo Jornal apurou que dos cinco estudantes agressores que aparecem no vídeo, três têm 19 anos e os outros dois 17.