Foi já em 2019 que Isabel dos Santos mudou a sua morada oficial para o Dubai, avança hoje o semanário português Expresso, que enviou o seu jornalista a Malta para consultar o registo comerciai local e onde estão depositados documentos da empresária, assumindo ainda a cidadania russa.

Essa antecipação - mudar residência oficial e assumir a cidadania russa no seu universo empresarial - não foi um golpe de sorte, porque, como a própria tem vindo a assumir amiúde, nos múltiplos tweets, nas diversas conversas que mantém no Instagram ou nas diversas publicações no Facebook, há muito que se sente perseguida, com motivações políticas, pelo Governo de João Lourenço, desde que este substituiu o seu pai na Presidência da República.

O Expresso escreve:

Na Finisantoro Holding (sociedade de Malta que detém parte do banco EuroBic) o advogado português Jorge Brito Pereira apresentou em Novembro o registo de alteração de dados dos accionistas, Isabel dos Santos e o marido, Sindika Dokolo. Passaram a ter morada profissional na Almas Tower, um arranha-céus no Dubai. E meses antes o mesmo advogado tinha depositado no registo de Malta uma outra alteração na Kento Holding (que detém parte da posição de Isabel dos Santos na operadora de comunicações NOS): desde Junho, pelo menos, que Isabel dos Santos e Sindika Dokolo vivem na luxuosa área de Jumeirah Bay, no Dubai.

Recorde-se que o Dubai, a principal cidade dos EAU, é um paraíso fiscal e onde, por isso, muitos dos grandes investidores mundiais têm o seu centro de negócios oficial ou parte dele, como é o caso de Isabel dos Santos, que tem ainda outras residências fiscais protegidas, como as da Holanda e de Malta, ambos países europeus.

Para além do que tem sido escrito, como o tem feito o NJOnline aqui, aqui e ainda aqui ou aqui, a empresária disse agora, em declarações citadas pelo jornal português Público que o arresto judicial abrange mais de 2 mil milhões de euros, quantia muito superior aos cerca de 1,1 mil milhões de dólares que o Estado angolano diz ser credor e, por isso, ter avançado para o arresto preventivo como forma de garantir que vai ser ressarcido.