"Quem sobe ao poder geralmente não sabe descer", escreveu Carlos Drummond de Andrade no "Avesso das Coisas". O acto de massas do MPLA, realizado no passado dia 13, no Kilamba, mostrou-nos um líder, João Lourenço, com discurso sem apelo à união e coesão no seio do Partido, sem uma ideia estruturante ou uma estratégia de futuro, sem um plano que tenha ficado na nossa retina. Viu-se um líder que procurou mostrar que está acima das escolhas e da vontade dos militantes. Um líder que veio para romper e não para manter. Não se está a pedir a João Lourenço que tenha qualidades de oratória como Winston Churchill, mas também não precisa de vestir a pele de Odorico Paraguaçu.