Nomeada pelo ex-Chefe de Estado e pai, José Eduardo dos Santos, a 2 de Junho de 2016, a empresária recordou, na sua conta do Instagram, o caminho percorrido até à exoneração, esta semana.

"Como disse numa das minhas entrevistas, não é uma pessoa que muda uma empresa, mas todas as pessoas que trabalham na empresa que a mudam", sublinhou a empresária, dirigindo-se a alguns elementos que integraram a sua equipa.

"Foram vocês que fizeram a diferença", destacou Isabel dos Santos, num pequeno vídeo partilhado no Instagram.

Na mesma mensagem, em que reiterou agradecimentos - "Graças a vocês, nestes últimos 17 meses houve mudanças tremendas" -, a mulher mais rica de África recordou o estado em que encontrou a Sonangol.

"A memória é curta, mas, para fazer lembrar, quando chegámos, esta empresa estava numa situação difícil, numa situação que o anterior PCA tinha classificado quase de pré-falência", descreveu a empresária, revelando que poupou a equipa de muitas más notícias.

"Sabíamos coisas e tínhamos medo até de partilhar convosco. Não queríamos que percebessem o quão dramática era realmente a situação da nossa empresa", explicou a gestora, já com esses tempos difíceis atrás das costas.

"Esses dias foram melhorando muitos graças aos vossos esforços, a muitas iniciativas que vieram do vosso lado", salientou no vídeo de despedida partilhado no Instagram.

Na mesma rede, a ex-PCA agradece a todos os que confiaram no seu trabalho "para liderar a recuperação da nossa empresa nacional de petróleo", especialmente os colegas do conselho de administração cessante.

"Sinto-me honrada por ter liderado uma equipa com notável qualidade profissional e de ética inquestionável. A todos colaboradores da Sonangol o meu MUITO OBRIGADA", escreveu Isabel dos Santos.

Menos 6 mil milhões de dólares de dívida

Entre as mudanças mais evocadas pela empresária encontra-se a redução da dívida financeira da Sonangol em 6 mil milhões de dólares.

Num comunicado enviado hoje à agência Lusa, em Luanda, a empresária recorda que a dívida financeira da petrolífera era de 13.000 milhões de dólares quando iniciou funções, valor reduzido para 7.000 milhões de dólares.

"Deixamos ainda à nova administração, como instrumento essencial para a sua gestão, um financiamento no valor de 2b$ [dois mil milhões de dólares], com assinatura prevista para os próximos dias, que garantirá o pagamento de todos os 'cash calls' relativos a 2017, permitindo, assim, chegar ao final do ano sem dívidas aos nossos parceiros", lê-se no mensagem divulgada pela Lusa.