O litígio da Cobalt com a Sonangol - que avançou para o tribunal arbitral no início de Abril -, consta da apresentação dos resultados do primeiro trimestre de 2017 da petrolífera norte-americana, avança a Natural Gas World.

Segundo esta publicação, a Cobalt requereu a arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (ICC na sigla inglesa), por quebra de um negócio de 1,75 mil milhões de dólares, referente à venda de 40% da participação detida nos blocos 20 e 21, no offshore ao largo de Luanda.

"Através deste tribunal arbitral, a Cobalt reclama uma compensação da Sonangol E.P. no valor de 2 mil milhões de dólares, acrescidos de juros e custos", informou a empresa norte-americana na comunicação dos resultados.

A petrolífera dos EUA acrescentou ainda que, para além do processo principal contra a Sonangol E.P., também apresentou outra queixa no tribunal arbitral contra a Sonangol P&P (Pesquisa e Produção), visando a recuperação de 174 milhões de dólares - acrescidos de juros e custos -, relativos a dividendos da exploração conjunta do bloco 21 no offshore angolano.

A menos que ambas as acções se resolvam de acordo com os interesses da Cobalt, a petrolífera "pretende prosseguir vigorosamente com os processos arbitrais, e perseguir todas as alternativas legais".

Recorde-se que a companhia norte-americana alega que o cancelamento da venda de 40% da participação detida nos blocos 20 e 21, no offshore ao largo de Luanda, lhe trouxe prejuízos de 1,63 mil milhões de dólares em Angola no ano passado, desempenho traduzido, globalmente, numa perda de 1,87 mil milhões de dólares no último trimestre do ano - quando no período homólogo esse valor tinha sido de 486,8 milhões de dólares.

Numa fase inicial o negócio não se concretizou por falta de aval do Governo, e depois devido ao processo de reestruturação da petrolífera nacional, conduzido pela administração de Isabel dos Santos.

O recuo da Sonangol deveria no entanto ter sido compensado pela entrada de uma terceira parte na transacção, algo que não se verificou até ao fim do prazo - final de Agosto de 2016 - que tinha sido definido para concluir a operação.