Numa declaração à imprensa, Donald Trump, justificando a decisão com a necessidade de levar para terra o combate ao narcotráfico para os EUA que tem estado a ser feito no mar, afirmou que os traficantes já perceberam que por via marítrima deixaram de ter caminho para "levar o seu veneno" para os EUA.

"Provavelmente já se aperceberam que as pessoas já não querem entregar a droga por mar, e nós vamos começar a impedi-las por terra. Além disso, por terra é mais fácil, e isso vai começar muito em breve. Avisámo-los para pararem de enviar veneno para o nosso país", disse Donald Trump num telefonema com militares por ocasião do Dia de Ação de Graças, citado por vários media.

Esta declaração de Trump, que representa uma gigantesca escalada na tensão entre Caracas e Washington, contrasta ainda mais com o facto de várias organizações internacionais afirmarem que a Venezuela não é um centro ou entreposto de droga relevante para os Estados Unidos.

O que mostra que o narcotráfico, depois de a Casa Branca ter declarado o cartel "Los Soles" como grupo terrorista, mesmo que este, segundo vários organismos ligado ao combate internacional ao tráfico, já não exista há largos anos, é uma mera justificação para uma mudança forçada de regime em Caracas.

Recorde-se que os EUA sempre apoiaram os candidatos da oposição nas eleições venezuelanas e nunca reconheceram as vitórias eleitorais de Nicolas Maduro, tendo apoiado e indicado a principal figura dessa mesma oposição, Maria Machado, para o Prémio Nobel da Paz, mesmo depois desta ter defendido publicamente uma intervenção militar externa nos eu próprio país.

Em causa estará, segundo vários analistas, assumir o controlo das castas reservas de petróleo venezuelanas, as maiores do mundo, estimadas em mais de 300 mil milhões de barris, como forma de os EUA terem um colateral sólido para a sua impagável dívida pública que já é superior a 37 triliões USD.

Face a esta renovada ameaça de Trump (ver links em baixo), avançam os media em quase todo o mundo, Nicolás Maduro já pediu aos militares que estejam em "alerta para defender o país de um ataque dos Estados Unidos.

"Peço-vos que estejam sempre imperturbáveis na vossa serenidade, alerta, prontos e dispostos a defender os nossos direitos como nação, como pátria livre e soberana, e sei que nunca falharão à Venezuela, sei que a Venezuela conta convosco", disse Maduro na quinta-feira.

Noutras declarações, Maduro chegou mesmo a dizer que os EUA terão a resposta clara das forças armadas do país e que se esse ataque for mesmo concretizado, "será o fim do império".