A Federação Angolana das Associações de Pessoas com Deficiência (FAPED) manifesta profunda preocupação com os resultados definitivos do Censo Geral da População e Habitação 2024 e aponta "graves" inconsistências no módulo sobre deficiência. Os resultados definitivos estimam que, no País, apenas 4% dos 36,6 milhões de habitantes apresentam algum tipo de deficiência dos sete domínios funcionais avaliados (visão, audição, mobilidade, comunicação, memória, dificuldade em usar as mãos e os dedos, bem como em cuidar de si próprio).
Ao comparar os dados de 2024 com o Censo de 2014, segundo a FAPED, verifica-se uma redução estranha na ordem dos 50% no número de pessoas com deficiência. "O Censo 2014 contabilizou 656.258 pessoas com deficiência, enquanto os dados de 2024 estimam apenas 333.004 pessoas "com muita dificuldade" ou "que não conseguem" realizar funções básicas, categorias interpretadas como deficiência", observa o organismo, ao alertar que esta variação não é sustentada por qualquer indicador social, epidemiológico ou demográfico, traduzindo uma "subcontagem estrutural".
Os resultados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o domínio com maior percentual de pessoas que relataram alguma dificuldade é o da visão (3,1%), seguido pelo domínio da mobilidade (dificuldade em andar ou subir escadas), com 1,1%.
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