Segundo o estudo "Alimentação: Como África pode construir um futuro sem fome nem malnutrição", recém-apresentado no Fórum para a Revolução Verde em África, realizado na semana passada na Costa do Marfim, Angola integra a lista de países africanos com melhor desempenho no combate à malnutrição.

A conclusão está sustentada na análise do Índice Global da Fome e tem a assinatura do Painel Malabo Montpellier, que reúne 17 especialistas em segurança alimentar, entre africanos e europeus.

De acordo com este grupo de peritos, Angola foi um dos sete países africanos que, entre 2000 e 2016, demonstrou que África tem meios para derrotar a fome, tendo reduzido a taxa de malnutrição em 43%.

Melhor do que Angola - que surge com o mesmo resultado do que os Camarões e a Etiópia - só mesmo o Senegal (menos 56%), o Gana (menos 54%) e o Ruanda (menos 53%), ficando o Togo (42%) na cauda dos sete melhores no combate à malnutrição.

Em relação a Angola, o estudo sublinha que o desempenho nacional explica-se pela estabilidade política alcançada a partir de 2002, com o fim da guerra, e pela abordagem multissectorial do problema. A este nível, o painel destaca a coordenação, pelo Ministério da Agricultura, da Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, bem como o trabalho realizado pelo Ministério da Saúde no domínio da nutrição.

Recorde-se que a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional foi aprovada em 2009 com o objectivo de "garantir que todos os angolanos tenham a todo o momento, disponibilidade de alimentos com qualidade e variedade adequada, acesso físico e económico aos alimentos necessários, fundamentalmente através da produção interna".

Para o efeito, formou-se uma equipa técnica interministerial composta por representantes dos Ministérios da Agricultura, da Assistência e Reinserção Social, do Comércio, da Educação, da Família e Promoção da Mulher, das Pescas, do Planeamento, da Saúde, do Ambiente e das Finanças.