Este apelo foi lançado em Cabinda pelo comandante da Polícia Nacional da província, que esteve reunido esta semana com os directores e gerentes dos bancos e das operadoras de telefonia móvel.

O comissário Eusébio Domingos e Costa considerou, citado pela Angop, como preocupante a "tipicidade de crimes ligados com assalto a pessoas à saída de bancos e associados ao uso de telefones móveis".

Esta questão tem sido profusamente comentada na comunicação social e nas redes sociais nas últimas semanas depois de o País ter sido confrontado com uma série de assaltos violentos, com várias mortes associadas, à saída de bancos - maioritariamente em Luanda -, atingindo clientes acabados de levantar somas importantes, o que levanta suspeitas de conluiou entre alegados funcionários bancários e os meliantes, ou elementos criminosos colocados no interior das agências para detectarem potenciais vítimas.

Face a esta sucessão de mortes violentas, como o NJOnline tem noticiado, a PN colocou na rua um forte aparato policial como forma de gerar dissuasão para este tipo de criminalidade organizada, visando especialmente as motorizadas, procurado acalmar a opinião pública, claramente numa situação de quase pânico social.

O comissário Eusébio Domingos e Costa pediu mesmo à operadoras para pararem de vender chips sem apresentação de bilhete de identidade e fora das agências credenciadas para o efeito.

O oficial enfatizou igualmente os crimes de burla e criação de perfiz falsos nas redes sociais que podem ser melhor combatidos através de medidas como estas.

Pelo menos em Cabinda, os responsáveis bancários e das operadoras de telefonia móvel, avança ainda a Angop, comprometeram-se em colaborar com as autoridades policiais e judiciais.

Um problema nacional

Mas esta complexa situação que o País atravessa está a ser alvo de uma atenção especial por parte das forças de segurança, tendo a PN assegurado que foram desencadeados mecanismos para identificar a ligação entre funcionários bancários e a rede de criminosos que nas últimas semanas fez várias vítimas mortais.

Na origem desta investigação, segundo a polícia, estão os quatro roubos concorridos com homicídios qualificados ocorridos na semana passada na capital.

"Se este cenário for verdade, e isto não é só para os bancários, mas também para os criminosos na generalidade, a polícia vai actuar de acordo com a lei. Porque nós já temos mecanismos para podermos identificar ou correlacionar o envolvimento de funcionários bancários com os criminosos", disse o sub-comissário Waldemar José.

O oficial acrescentou, durante o programa "Debate Livre", da tv Zimbo, que a Polícia Nacional vai ser implacável na identificação de quem insistir nesta prática de crime.

"A forma como estão a ser praticado os crimes, a forma como empregam a violência. Nós aqui lançamos o repto: o criminoso que praticar as suas acções terá resposta de acordo com o crime que ameaçar o bem jurídico de outro cidadão", avisou.

Já o director de Comunicação da Delegação do Ministério do Interior, intendente Mateus Rodrigues, garantiu ao NJOnline que a PN e o Serviço de Investigação Criminal (SIC) estão a trabalhar no sentido de apurar se os assaltos têm a participação de funcionários bancários.

"As investigações estão em curso para apurarmos estas tipicidades criminais que resultaram em quatro vítimas mortais. Se têm ligação com trabalhadores afectos a certas dependências bancárias, a corporação dará respostas adequadas a estas práticas delituosas".

"Todos estes crimes serão esclarecidos ao seu devido tempo, esse é um trabalho que carece um certo estudo e que deve merecer algum tempo para darmos as devidas respostas à sociedade", finalizou.