Em declarações ao jornal português Negócios, fonte da SIC limitou-se a declarar que a preocupação do canal português, detido pelo empresário Francisco Pinto Balsemão, se prende "essencialmente com a liberdade de informação e com a prestação de serviços de qualidade aos seus clientes".

Por isso, prosseguiu a mesma fonte, "não vai deixar-se enredar em "tertúlias" nas redes sociais", desvalorizando assim a mensagem partilhada ontem, 8, por Isabel dos Santos no Twitter.

Segundo a empresária, a decisão da sua operadora de TV ZAP de retirar os canais SIC, nomeadamente a SIC Internacional e a SIC Notícias, da grelha de programação deveu-se à "ganância comercial" do empresário português Francisco Pinto Balsemão, dono da estação SIC.

Na sua publicação, Isabel dos Santos explicou que televisão portuguesa cobrou um milhão de euros anuais pela transmissão desses dois canais, valor que considera "demasiado caro" face aos preços praticados no mercado.

A empresária deu como exemplo os casos dos canais BBC e e Al Jazeera, cujos canais custam 33 mil e 66 mil euros, respectivamente.

Recorde-se que os canais SIC Notícias e SIC Internacional deixaram de poder ser vistos em Angola na segunda-feira, 5 de Junho, porque a operadora Multichoice decidiu juntar-se à ZAP na opção de os retirar da grelha de oferta.

Tal como a ZAP, que, em meados de Março passado já tinha dito ao Novo Jornal online não existir nenhuma razão extra-empresarial para extrair os canais da SIC da sua grelha, também a Multichoice não apresenta quaisquer motivos de natureza técnica para deixar de emitir os canais do grupo Impresa.

Na altura em que a ZAP decidiu retirar do ar os canais da SIC, os serviços da estação de Pinto Balsemão, contactados pelo Novo Jornal online, remeteram explicações para a operadora angolana, deixando entender desconhecer as razões da ruptura.

Para os mais críticos, porém, a decisão da ZAP não pode ser desligada de algumas reportagens de conteúdo crítico para o Governo angolano emitidas pela SIC. Para além dos canais de TV, o Grupo Impresa integra anda jornais como o semanário Expresso ou a revista Visão.