O Governo vai assinar o memorando de entendimento com a Sinohydro para o desenvolvimento e execução das infraestruturas de apoio à produção do PLANAGRÃO, o plano que tem como objectivo aumentar a qualidade e quantidade dos grãos de milho, soja, trigo e arroz no País, com foco nas províncias do Leste, nomeadamente Lunda-Norte, Lunda-Sul, Moxico, Moxico-Leste, Cuando e Cubango, confirmou o Novo Jornal.

A Sinohydro, um dos principais parceiros empresariais chineses do Governo, é responsável por várias obras públicas, do sector da energia e águas aos da construção e da saúde, desporto, entre outros. Por exemplo, foi o empreiteiro do projecto de captação e distribuição de água do Cafu, o maior empreendimento de combate à seca do País, da reabilitação e modernização do hospital Américo Boa Vida em Luanda, das obras do futuro aeroporto de Mbanza Congo, da modernização do estádio da Tundavala, da asfaltagem das principais estradas na cidade do Luena, entre muitas outras.

Este ambicioso plano do Governo comporta 10 categorias, entre as quais a governação do plano, o funcionamento de uma comissão multi-sectorial para a sua implementação, uma unidade técnica de acompanhamento, a legislação (acesso à terra), um banco de terra, para facilitar o acesso por parte dos promotores, infra-estruturas, insumos (para que o processo decorra sem constrangimentos) e financiamento.

Em 2022, o Executivo anunciava que iria destinar para o PLANAGRÃO um financiamento no valor de 1,7 mil milhões de kwanzas por via do Banco Desenvolvimento de Angola (BDA), através do Fundo de Desenvolvimento Nacional, e outros 100 mil milhões de kwanzas por via do Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA), para apoiar as empresas. Este plano previa igualmente a captação de investimento estrangeiro, que não tem sido fácil conseguir.

O PLANAGRÃO prevê também projectos de capacitação e investigação, envolvendo as universidades, escolas agrárias e centros de pesquisa, para a formação de quadros necessários para que as empresas possam desenvolver os seus projectos.

A logística, escoamento e transformação constam também deste projecto do Executivo, que pretende aumentar a produção de arroz, milho, trigo e soja para 6.104.282 toneladas.