"O crescimento económico de Angola no primeiro trimestre foi muito melhor do que o esperado", argumentam os analistas do departamento africano desta consultora britânica, num comentário à evolução da economia nos primeiros três meses deste ano.
Na nota, enviada aos clientes, apontam que "além da forte recuperação da produção petrolífera, que era esperada, a economia não petrolífera foi surpreendentemente robusta face à elevada inflação e à redução dos subsídios aos transportes".
Assim, concluem, "este dinâmico primeiro trimestre, se não for revisto na próxima divulgação dos números do PIB, sugere que o crescimento económico de Angola para o total de 2024 pode ser maior que 3%, o que compara com a previsão actual de 2,3%".
A Folha de Informação Rápida (FIR) referente às Contas Nacionais do I trimestre de 2024, comparativamente ao trimestre anterior, indica que o PIB cresceu 4,6%, face ao período homólogo de 2023.
O PIB no primeiro trimestre deste ano totalizou 18.327.957 milhões kwanzas, sendo 180.473 milhões kwanzas devido aos impostos sobre produtos, líquidos de subsídios.
As actividades que mais contribuíram para o desempenho da actividade económica neste período, segundo o INE, foram a extracção e refinação do petróleo bruto e gás natural, com 30,4%, e o comércio (26,8%).
Estes números positivos levaram o secretário de Estado para o Planeamento de Angola, Luís Epalanga, a prever uma expansão de 3% para o segundo trimestre e também para o total do ano, salientando, no entanto, que os dados sobre o desempenho do sector não petrolífero, nomeadamente agricultura, pesca, diamantífero e indústria, no segundo trimestre deste ano, ainda estão em fase de conclusão.
Segundo Luís Epalanga, essencialmente desde Maio que se vem assistindo a um impacto positivo, sobretudo do sector produtivo, com destaque para a agricultura, na trajectória da inflação.
"A inflação em Fevereiro situou-se em 2,58%, depois passou para 2,54%, voltámos a ter o pico de 2,61%, por causa do ajustamento do preço dos transportes, e ela estabilizou em Maio em torno de 2,41%, e as nossas previsões para o mês de Junho é que ela venha a estar muito próximo de dois ou muito abaixo disso", concluiu.
O crescimento de 4,6% nos primeiros três meses deste ano é o mais elevado desde o primeiro trimestre de 2015.