Numa altura em que Angola acumula quebras na produção petrolífera, com a Agência Internacional de Energia a prever uma descida dos actuais 1,55 mbpd (milhões de barris de petróleo por dia) para os 1,29 mbpd (nível mais baixo da última década) em 2023, a Sonangol enceta negociações com as principais petrolíferas que operam no país para aumentar esses valores em 250 mil barris diários até 2020.

Segundo Carlos Saturnino, em entrevista à Bloomberg, durante a última reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), as conversações envolvem, pelo menos, a norte-americana Exxon e a norueguesa Equinor.

O líder da Sonangol lembra também que a francesa Total e a norte-americana Chevron já manifestaram interesse em contribuir para este processo, atraídas pelos ajustes legais que o Executivo tem promovido, no sentido de tornar o sector mais atractivo.

Refira-se que entre as alterações introduzidas inclui-se a diminuição de impostos para alguns campos petrolíferos mais pequenos, ou seja, com uma produção inferior a 30 milhões de barris, descendo a taxa de 20% para 10% e o imposto de 50% para 25%.

As mudanças, segundo antecipou recentemente a consultora britânica BMI Research, deverão atrair mais investimentos para o país, algo essencial "para estabilizar a produção petrolífera a médio prazo".

Para Carlos Saturnino, a meta passa por elevar a produção de Angola, no mínimo, para 1,673 milhões de barris por dia, cerca de 123 mil acima do volume actual.

O presidente do conselho de administração da Sonangol pretende ainda adicionar aos esforços de negociação directa com os operadores internacionais, uma nova ronda de licitação para exploração de petróleo e gás antes de 2019.