Casado com Fátima, filha de Bin Laden, Suleiman Abu Ghaith não era esperado para testemunhar no caso, em que é acusado de conspirar para matar americanos e por dar apoio a terroristas.

O kuwaitiano de 48 anos pode ser condenado a prisão perpétua, se for considerado culpado pelo júri. A decisão final deverá ser anunciada nos próximos dias. Abu Ghaith é o alegado membro da Al-Qaeda de mais alto escalão a ser julgado numa corte federal americana, e não em Guantánamo.

Falando em árabe e traduzido por um intérprete, Abu Ghaith também negou ter tentado recrutar membros para a Al-Qaeda, como os promotores haviam sustentado.

"Não há nenhum recrutador, além de Osama Bin Laden. Minha intenção não era recrutar ninguém", afirmou.

Questionado pelo seu advogado se já teve intenção de matar americanos, Suleiman Abu Ghaith respondeu que não. "Minha intenção era entregar uma mensagem em que eu acreditava", explicou, denunciando a opressão aos muçulmanos.

Apresentando-se como um imã, autoridade religiosa do Islamismo, contou que viajou ao Afeganistão em 2001 para "conhecer o novo governo islâmico". Adiantando que queria "ensinar e pregar", o que não conseguiu fazer.

Admitiu ter gravado vídeos a pedido de Bin Laden, que o convocou depois de saber que ele era um imã kuwaitiano.

O suspeito, que perdeu a nacionalidade do Kuwait após os atentados do 11 de Setembro, em 2001, garantiu que nunca se encontrou com Richard Reid.

O britânico Reid tentou explodir um voo entre Paris (França) e Miami (Estados Unidos da América) três meses depois do ataque e hoje cumpre uma sentença de prisão perpétua nos EUA. Foi acusado de ter participado e planejado o atentado.

Abu Ghaith se tornou conhecido por aparecer junto de Bin Laden e do actual líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, em vídeos de propaganda da organização, depois dos ataques do 11 de Setembro.

Angop / Novo Jornal