Geimer, que tinha 13 anos quando ocorreram os factos em 1977, relatou o seu lado dos acontecimentos no livro intitulado The Girl: A Life in the Shadow or Roman Polanski (A rapariga: Uma vida na sombra de Roman Polanski), assegurando que escreveu pelas suas próprias palavras a verdade sobre o que aconteceu.
Nunca pensei que escreveria este livro, nem que teria vontade de o fazer. Guardei silêncio durante anos e tentei preservar o meu anonimato, mas este caso voltou a ser muito intenso para a minha família. Queriam que me defendesse, afirmou, em entrevista ao canal televisivo i-Télé.
O cineasta declarou-se culpado de relações sexuais ilegais, pelo que foi enviado para a prisão, em avaliação durante três meses, mas onde só passou 47 dias.
Em finais de 1978, no dia após uma reunião entre os seus advogados e um juiz que tinha deixado entender que queria voltar a enviá-lo para a prisão, Polanski, em liberdade sob fiança, apanhou um avião para a Europa e desde então encontra-se em fuga para a justiça norte-americana.
Os Estados Unidos pediram a sua extradição à Suíça e em 2010 obtiveram um não como resposta, por falta de provas conclusivas, mas o caso contra o diretor de cinema mantem-se aberto, pelo que não pode entrar em território norte-americano, sob pena de ser detido.
Perdoei-o há muitos anos. Passei essa página, disse hoje Geimer, segundo a qual nestes 36 anos, a narração da história foi adulterada, com detalhes que jamais tiveram lugar e com exageros.
Geimer acrescentou ainda que Polanski lhe escreveu uma carta em 2009 em que se desculpava: não estava à espera, mas gostei de receber. Não tinha a sensação de que me devesse desculpas, mas tal significou muito para a minha família, acrescentou.
Lusa / NJ