"Seja quem for, de quem for, esse apoio deve cessar", disse Blinken, citado pelo New York Times, em entrevista colectiva em Kigali, capital de Ruanda.

"É uma questão de princípio que se aplica igualmente. Não é uma questão de colocar um grupo contra o outro."

O chefe da diplomacia norte-americana disse que tanto a RDC como o Ruanda devem aderir ao princípio fundamental de que os governos devem abster-se de armar grupos não-governamentais.

"Na medida em que isso acontece, é provável que isso perpetue o conflito e a violência, não que o termine", expôs Blinken.

Blinken afirmou igualmente que no caso de Ruanda, há "relatos confiáveis" de que o governo tem apoiado o Movimento 23 de Março, conhecido como M23, e enviou forças militares oficiais para o leste da RDC.

O secretário de Estado dos EUA disse que transmitiu as suas preocupações numa reunião na quinta-feira com o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, mensagem que transmitiu igualmente ao Chefe de Estado da RDC, Félix Tshisekedi, na reunião mantida em Kinshasa, na terça-feira.

Blinken acrescentou que pediu a todos os envolvidos que trabalhem juntos no processo de mediação do conflito, que tem vindo a ser liderado por Angola e pelo Quénia, com o Presidente angolano a desempenhar um papel preponderante de mediador para que a "febre" belicista entre os dois vizinhos baixe, com a RDC e o Ruanda - dois países em fase de forte tensão devido a conflitos no leste do Congo, e com Kinshasa a acusar Kigali de apoio aos guerrilheiros do M23.

Este é claramente um momento importante para a complexa e instável Região dos Grandes Lagos, onde Angola tem um especial interesse na criação de condições para solidificar a estabilidade.