É certo que a energia não será, nesta altura, a principal dor de cabeça, pelo menos quando se olha para a crise de água, mas os três minutos de "apagão" no reabilitado Museu Nacional de Arqueologia serviram, se é que era necessário, para despertar o ex-ministro de Estado para a Coordenação Económica.

"Agora, e depois de ter tomado posse, em Luanda, estou habilitado a conhecer os problemas", disse o novo governador de Benguela, província com contratos que superam os 2,7 mil milhões de dólares.

Manuel Nunes Júnior, um filho da terra que regressa para "cumprir a missão com honra", apontou como prioridades os sectores da energia, água, educação, saúde, vias de comunicação e produção nacional.

Até há bem pouco tempo deputado à Assembleia Nacional, o governador disse que uma infraestrutura como o Corredor do Lobito exige acções no domínio da diversificação económica, que engloba, como salientou, o relançamento da vida produtiva.

Nunes Júnior revelou que a palavra de ordem é "Benguela - município a município - rumo ao desenvolvimento" e garantiu, em resposta a receios ouvidos em sectores da sociedade, que o Programa Integrado de Infraestruturas Emergenciais vai ter continuidade e a mesma dinâmica.

Foi desta forma que afastou qualquer hipótese de atrasos nos desembolsos das dotações financeiras para as obras emergenciais, avaliadas em 415 milhões de euros.

"Tudo isso faz parte do programa, desta dinâmica. As obras vão prosseguir, e contamos com todos", realçou.

Por seu turno, o governador cessante, Luís Manuel da Fonseca Nunes, disse que foi indescritível ter servido Benguela com bastante determinação, conquistas e bases sólidas.

"Houve contrariedade e falta de soluções imediatas, mas as pessoas foram o nosso foco", assinalou.

Em reacção, o deputado Avelino Canjamba José, secretário provincial da UNITA, reconheceu que "Luís Nunes fez muitas obras", mas lembrou que deixou muita pobreza e fome.

"É para isto que deve olhar o novo governador. Tem aí cem dias para conhecer a realidade, terá, depois, de atacar os problemas das famílias em extrema pobreza", apelou