A aproximação entre os dois planetas, visíveis a olho nu, ocorre anualmente na noite de 21 de Dezembro e prolonga-se por alguns dias, coincidindo com a aproximação do Natal, sendo, por isso, igualmente chamado de "estrela natalícia".
Coincide também com o Solstício de Inverno, no Hemisfério Norte, e de Verão, no Sul, e são precisos centenas de anos para que uma sobreposição como aquela que pode ser vista na noite de hoje para terça-feira, e nas noites subsequentes até 30 de Dezembro, tenha lugar.
É um raro fenómeno de conjunção, admitem os astrónomos de todo o mundo e, por isso, tanto no Hemisfério Norte, onde será um pouco mais intenso, como no Hemisfério Sul, estão a ser preparados pontos de observação, embora os constrangimentos relacionados com a pandemia da Covid-19 limitem a observação em grupos alargados.
Em Angola, onde ocorre, como em todo o Hemisfério Sul, o dia mais longo do ano, também será visível este fenómeno astronómico, mesmo a olho nu, sendo a melhor forma de o encontrar, ao início da noite, desde as primeiras horas, olhando para Oeste, de preferência num local sem o impacto da luz das cidades e, ainda melhor, com a ajuda de um telescópio, acompanhando o sol poente.
Como explicam vários especialistas citados nos sites da especialidade, estas conjunções planetárias são frequentes, embora mais visíveis quando juntam planetas que são visíveis a olho nu, como é o caso, juntando-se outros como Vénus e Marte, e ocorrem ciclicamente, embora, com datas precisas, o último caso semelhante foi há 397 anos e a exactamente igual, foi há 794 anos, a 05 de Março de 1226.
E quem não aproveitar este momento, só terá outro, semelhante, não igual, em 2080. Tarde demais, portanto... Mas para aqueles que não vão perder a oportunidade, então, seguindo as indicações dos astrónomos, após o sol baixar no horizonte, manter o olhar focado nessa região, a Oeste, momento em que será possível ver como os dois planetas, que estão igualmente a esvanecer-se no horizonte, se juntam, formando uma luz mais intensa, Júpiter, mais à esquerda do sol poente, e Saturno, irradiando menos brilho, à direita de Júpiter.
Não é a estrela que guiou os Reis Magos, sabe-se hoje, demonstrado por factos científicos, apesar de durante muito tempo se admitir que poderia ser um fenómeno deste tipo que surgiu naquela noite bíblica, mas com imaginação natalícia... tudo é possível.