Na quinta-feira, o SIC fez sair um comunicado em que informava que tinha dado cumprimento a mandados de detenção de Renato Samuel Camiquene Cambungo, de 20 anos, agente de vendas online, Éder Gaspar da Costa, 42 anos, professor, e Alfredo Armando Bumba, 31 anos, jornalista, "por factos constitutivos dos crimes de associação criminosa, falsificação de documentos, terrorismo e financiamento ao terrorismo, por existirem nos autos fortes indícios do seu envolvimento na produção de matérias e disseminação de informações falsas nas redes sociais, promoção de manifestações e pilhagem".
Dizia o SIC que estas detenções aconteceram "na sequência investigativa relativamente ao processos-crime em que estão envolvidos angolanos e dois russos".
Estas três detenções aconteceram depois de, a 8 de Agosto, o Serviço de Investigação Criminal ter prendido dois "cidadãos russos", acusados de recrutamento e financiamento de angolanos para produção de matérias de propaganda e difusão de informações falsas nas redes sociais, promoção de manifestações e pilhagem nas províncias de Luanda e Benguela.
Um dia antes, o SIC já tinha detido o secretário nacional de mobilização da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA) e o jornalista da Televisão Pública de Angola (TPA), Carlos Tomé.
Na sexta, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), o Instituto de Comunicação Social da África Austral, na sigla inglesa (MISA-Angola), e a Comissão de Carteira e Ética (CCE) expressaram a sua preocupação com as detenções de jornalistas angolanos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), que afirma que continuará a deter profissionais da comunicação social por alegado envolvimento em actos de terrorismo e promoção de manifestações e pilhagem, num processo que as autoridades dizem ter à testa dois cidadãos russos pertencentes à organização África Politology.
Alfredo Bumba é jornalista do semanário económico Expansão e fundador do Centro Educacional Paz e Bem (CEPB), que acolhe e alfabetiza 650 alunos que se encontravam fora do sistema de ensino. A escola funciona há mais de 11 anos no bairro Golf 2, no município do Kilamba Kiaxi, e tem ajudado centenas de crianças.