A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU que supervisiona, entre outras áreas, a questão das alterações climáticas, prevê que 2016 seja o ano mais quente desde que começaram a ser recolhidos dados sobre a temperatura média do planeta.

A principal causa para estes dados considerados perigosos para a humanidade no futuro, segundo este organismo da ONU, é a actividade humana com impacto na produção de gases com efeito de estufa, como a queima de combustíveis resultantes da extracção de petróleo, gás e carvão.

No entanto, os dados agora revelados apontam ainda para o fenómeno El Niño como explicação de cerca de metade das causas que levaram a temperatura média do planeta, em 2016, a subir para 1, 2 graus acima dos níveis pré-industriais e 0,88 graus acima dos registados entre 1961 e 1990.

Preocupante, segundo se pode concluir destes dados referentes ao aquecimento global, são o aumento dos fenómenos meteorológicos extremos, como furacões, secas ou inundações súbitas, e o seu impacto directo na diminuição dos índices de segurança alimentar em várias zonas do globo devido ao impacto negativo na produção agrícola.

Esta situação é já dramática em zonas como a África Austral, que atravessa a pior seca em mais de 35 anos, deixando milhões de pessoas com necessidade de ajuda urgente para a sua sobrevivência, sendo o Sul de Angola uma das regiões a atravessar dificuldades.

Um dos exemplos apontados é a cidade de Pretória, na África do Sul, que chegou a registar temperaturas inauditas na ordem dos 423,7º ou a cidade de Mitribah, no Kuwait, que chegou a uns radicais 54 graus.

Actualmente as temperaturas médias do planeta estão 1,2 graus acima dos níveis pré-industriais, mas os cientistas alertam que se estes valores ultrapassarem os 2º a situação tornar-se-á irreversível e o aquecimento global terá uma evolução exponencial com resultados devastadores na agricultura e, entre outros, no aquecimento da água do mar e na subida do seu nível actual, afectando milhões de pessoas nas zonas costeiras de todo o mundo.

Estes dados foram revelados hoje em Marraquexe, Marrocos, na Cimeira do Clima.

Para além dos fenómenos meteorológicos naturais, o mundo depara-se com o fenómeno Trump que, já depois de eleito Presidente dos EUA, reafirmou a sua decisão de rasgar os acordos assinados pelo ainda Presidente Obama para controlar o aquecimento global.