O GPI cobre 99,7 por cento da população mundial, usando 23 indicadores qualitativos e quantitativos de fontes altamente respeitadas, e mede o estado de paz em três domínios: o nível de protecção e segurança da sociedade, a extensão do conflito interno e internacional contínuo e o grau de militarização.

Os resultados deste ano demostram que o nível médio de paz global se deteriorou 0,07 por cento. O GPI 2021 revela um mundo em que os conflitos e crises que surgiram na última década começaram a diminuir, apenas para serem substituídos por uma nova onda de tensão e incerteza como resultado da pandemia COVID-19 e tensões crescentes entre muitas das grandes potências.

A Islândia, segundo o documento, continua a ser o país mais pacífico do mundo, posição que ocupa desde 2008. A este país juntam-se, no topo da pirâmide, a Nova Zelândia, a Dinamarca, Portugal e a Eslovênia. O Afeganistão é o país menos pacífico do mundo pelo quarto ano consecutivo, seguido pelo Iêmen, Síria, Sudão do Sul e Iraque. Todos, excepto o Iêmen, foram classificados entre as cinco nações menos pacíficas desde pelo menos 2015, com o Afeganistão classificado entre as três nações menos pacíficas desde 2010.

O relatório revela que, embora o impacto do terrorismo e do conflito tenha diminuído nos últimos seis anos, o nível de agitação civil e política aumentou.

A violência continua a ter um impacto significativo no desempenho económico mundial. Nos dez países mais afectados pela violência, refere o relatório, o impacto económico médio da violência foi equivalente a 36% do PIB, em comparação com pouco menos de 4% nos países menos afectados pela violência. Síria, Sudão do Sul, Afeganistão e República Centro-Africana incorreram no maior custo económico proporcional ao da violência em 2020, equivalente a 82, 42, 40 e 37 por cento do PIB, respectivamente.

O país que registou o maior medo de violência foi o Brasil, onde quase 83 por cento dos brasileiros estavam muito preocupados em ser vítimas de crimes violentos. No entanto, a experiência de violência é maior na Namíbia, onde 63 por cento da população sofreu lesões graves com a violência ou conhece alguém que sofreu nos dois anos anteriores.

Entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Angola, na posição 80, segue atrás de Timor Leste (56ª) e da Guiné Equatorial (62ª). O Brasil, por outro lado, encontra-se no fim da tabela, com um índice de 128, enquanto Moçambique ocupa a posição 103. Portugal está entre os cinco países mais seguros do mundo, segundo o relatório.

Na África sub-sahariana, Angola ocupa a 14ª posição, entre 44 países, numa escala liderada pelas Ilhas Maurícias.