Os seus fazedores não precisam de batuques nem qualquer outro instrumento gerador de som. Basta-lhes um palco e um microfone na mão para gritarem as frases ao ritmo que bem entenderem. Assim é o Spoken Word, manifestação artística em que poemas, contos, crónicas ou letras de música são falados ao invés de cantados.

Expressão inglesa que em português, numa tradução literal, quer dizer "palavra falada", o Spoken Word começou a «despontar» no País em 2003/2004. Na altura, Lukeny Fortunato acabava de regressar do Luisiana, EUA, e lançou mãos ao Artes ao vivo, projecto cultural que viria a «instigar» iniciativas como as actividades do movimento Lev"Arte.

Dava-se, assim, início a um movimento que hoje mobiliza várias dezenas de jovens, com concursos que até têm transmissão televisiva. Mas o caminho não foi feito apenas de rosas. Ao Novo Jornal, Lukeny Fortunato relata, por exemplo, alegados episódios de perseguição devido aos conteúdos reivindicativos que caracterizavam as sessões de Spoken Word.

"Tivemos de sair de vários sítios, porque sempre houve uma perseguição das pessoas que controlavam os eventos no País", revela Lukeny Fortunato, que critica o facto de alguns dos percursores do Spoken Word em Angola não serem referenciados pelos movimentos actuais.

Lukeny Fortunato lamenta, por exemplo, o facto de o nome de Nástio Mosquito ter sido «atirado» para o esquecimento, apesar de ser o primeiro angolano a representar o País num concurso de Spoken Word no exterior, concretamente na África do Sul.

Não obstante a isso, Lukeny faz um balanço "bastante positivo" e vê o seu parecer reforçado por Kool Klever, músico com quem Lukeny Fortunato deu os primeiros passos na organização e promoção do projecto Artes ao vivo.

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