Ninguém acredita que Biya venceu as eleições de forma limpa e, como se pode ler nos media internacionais, isso pouca importância tem para o Presidente mais velho do mundo, porque basta-lhe confiar na máquina repressiva que construiu ao longo dos 42 anos no poder.

Eleito pela primeira vez em 1982, Paul Biya arranca agora para o seu 8º mandato que o levará quase até aos 100 anos no poder, mesmo que no país a frustração com o desemprego galopante, uma inflação descontrolada, corrupção generalizada e insegurança crescente (ver links em baixo), seja igualmente geral.

E foi essa frustração e a descrença na democracia do país que esta segunda-feira e hoje, terça-feira, 28, milhares de jovens às ruas das grandes cidades camaronesas, como Yaoundé, exigindo verdade eleitoral e o afastamento do nonagenário que ninguém acredita que ainda seja quem Governa o país.

Há registo de vários mortos, feridos e dezenas de detenções.

Apesar das promessas de mudança que o mais velho Presidente do mundo fez na campanha, essas terão o mesmo destino que nas anteriores campanhas, que será o esquecimento, porque, como referem vários media, a pobreza começa a ser insuportável.

Já para a oposição, liderada pelo candidato derrotado, Issa Tchiroma Bakary, com 35,19% dos votos, contra os 53,6 de Biya, o problema não é se haverá mudanças de políticas, a questão fundamental é que não houve verdade eleitoral nos resultados anunciados pelo colégio constitucional esta segunda-feira.

E ninguém acredita que aos 92 anos Biya possa mudar seja o que for na governação que é hoje claramente exercida pela elite corrupta camaronesa de que fazem parte os seus assessores mais próximos e que são quem define as orientações para o Governo.