O Acordo de Gestão e Processamento de Plutónio, assinado em 2000 e revisto em 2010, comprometia Moscovo e Washington a transformar 34 toneladas de plutónio proveniente da Guerra Fria em combustível para centrais nucleares, o suficiente para eliminar material capaz de produzir cerca de 17 mil ogivas.
O Kremlin já tinha suspendido unilateralmente a aplicação do tratado em 2016, durante a presidência do democrata Barack Obama, num período de crescente tensão entre os dois países.
A nova lei, aprovada este mês pelo Parlamento russo e hoje promulgada, formaliza a denúncia definitiva do acordo.
As autoridades norte-americanas consideravam o pacto um dos pilares da cooperação nuclear entre Moscovo e Washington após o fim da Guerra Fria.
O seu término é visto como mais um sinal do colapso das estruturas de controlo de armamento entre as duas potências.
Desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, os líderes ocidentais têm acusado Moscovo de usar a retórica nuclear como forma de intimidação.
Poucos dias após o início da ofensiva, Putin colocou as forças nucleares russas em alerta máximo e, em 2024, reduziu o limiar para o uso dessas armas.
No domingo, o Presidente russo anunciou o sucesso do teste final do míssil de cruzeiro nuclear Burevestnik, de longo alcance, alimentando receios de uma nova corrida armamentista.
Entretanto, as conversações de paz entre Moscovo e Kyiv permanecem bloqueadas, apesar das tentativas de mediação do Presidente norte-americano, Donald Trump, que tinha prometido encerrar rapidamente o conflito.
Na terça-feira passada, Trump adiou indefinidamente o encontro planeado com Putin em Budapeste, afirmando que não queria "negociações inconsequentes".

