"O cidadão angolano tinha cerca de 25 contactos e há todo um trabalho de investigação em curso", referiu Franco Mufinda, acrescentando que o doente está relacionado com os nove casos de transmissão local identificados até ao momento.

"Estamos a montar cercas sanitárias nos bairros Cassenda e Futungo (Luanda) e estamos a proceder à desinfecção das ruas, a dar apoio às famílias e a redobrar a vigilância epidemiológica activa", declarou.

Franco Mufinda informou ainda que os 17 passageiros regressados de Lisboa nos voos de 17 a 21 de Março que não se apresentaram para fazer os testes de despistagem da covid-19, "foram compulsivamente" internados no centro de quarentena de Calumbo, sendo a sua saída condicionada aos resultados das análises.

Com este novo caso, o País passa a contar com 36 registos positivos, dois destes resultaram em morte, 11 recuperaram e 23 permanecem activos e em tratamento.

Até à data foram colhidas 4.175 amostras e há 1.005 cidadãos em quarentena institucional.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos, mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.