O jovem, que tinha sido dado como morto no próprio dia da manifestação, como vários media noticiaram, incluindo o Novo Jornal, tendo o seu falecimento sido desmentido tanto pela polícia como pelos seus amigos nas redes sociais, acabou, efectivamente por perder a vida já quando estava a ser assistido no Hospital Américo Boavida.

O médico Augusto Manuel, que assistiu o jovem, confirmou, em declarações à TPA, que Inocêncio de Matos, 26 anos, estudante universitário, acabou por perder a vida devido aos ferimentos na cabeça provocados por um objecto contundente.

O clínico acrescentou ainda que os ferimentos, ao contrário do que chegou a ser noticiado, foram provocados, não por uma bala mas sim pelo embate na cebeça de um objecto contundente, por identificar, quando, alegadamente, procurava fugir da acção policial. Fica por esclarecer se se tratou do resultado da queda ou de um golpe provocado por terceiros.

No entanto, repetem-se os relatos de alegadas testemunhas que presenciaram o momento em que este tombou, a garantir que foi vítima de um tiro de arma de fogo e não de uma queda ou outro tipo de situação.

Recorde-se que esta morte foi dada como confirmada por diversos media angolanos e estrangeiros na quarta-feira, incluindo o Novo Jornal, tendo o seu desmentido, já hoje, sido fortemente criticado nas redes sociais por muitos dos jovens que estiveram na manifestação e que garantiam que a sua queda tinha sido, afinal, fatal e a morte ocorrera no local e não no hospital.

Mas esse desmentido foi feito precisamente pelos seus amigos que nas redes sociais tinham anunciado a sua morte e que o Novo Jornal, no local, pouco após o incidente, obteve diversos relatos que conduziam à descrição de morte devido à intensidade dos ferimentos na cabeça do jovem e ainda que estes tinham características de terem sido gerados pelo impacto de uma bala.

Estes dados são difíceis de confirmar porque a versão das autoridades a isso deu azo e as versões contraditórias rapidamente surgiram, sendo que o comandante provincial de Luanda da Polícia Nacional também tinha, ainda na noite de quarta-feira, negado a existência de quaisquer mortes durante o processo de dissolução da manifestação por parte das forças de segurança.

O oficial desmentiu ainda que a polícia tenha usado qualquer tipo de munição letal nas suas operações ao longo do dia de quarta-feira.