A informação foi avançada esta quarta-feira ao NJOnline pelo director do Gabinete de Comunicação Institucional Imprensa do CFL, Augusto Osório, que explicou que o custo real dos bilhetes para 3ª classe, que actualmente custa 30 kz, custa, para a empresa, na verdade, 700 kz, sendo os CFL quem suporta o resto do valor real do bilhete.

"A maior parte dos prejuízos estão nos bilhetes de 30 kwanzas que é da 3.º classe, onde nós oferecemos um número maior de lugares", disse, acrescentando que estes aumentos são inevitáveis.

Augusto Osório salienta que há a necessidade de aumentar as receitas para que se possa resolver alguns problemas que a empresa enfrenta.

"O plano integrado de redução dos subsídios prevê essas subidas, por isso vamos subir os preços dos comboios na próxima sexta-feira", acrescentou.

De acordo com o porta-voz dos CFL, o preço do bilhete da 2.º classe também vai aumentar 10 kwanzas, ou seja passa dos 200 para 210 kz, mas com a perspectiva de aumentar também no final deste ano.

Ainda sobre o aumento dos bilhetes de 3ª classe, o porta-voz dos CFL adianta que "vai voltar a acontecer no mês de Outubro e até Dezembro voltará a subir para 150 kwanzas. E isso vai se aplicar também a 2ª classe".

Augusto Osório disse que os desequilíbrios actuais são enormes e não contribuem para que a empresa funcione, tendo em conta os custos operacionais da empresa.

O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do CFL, acrescentou que estão a arrecadar, em média, 20 milhões de kwanzas por mês, um montante que não chega para suportar as despesas com o pessoal e outras como a assistência técnica, essencial para o seu normal funcionamento, que é de cerca de 288 milhões de kwanzas.

Augusto Osório disse ainda que o CFL está a proceder à reparação de 20 carruagem antigas, para que a capacidade de transportação seja aumentada de seis mil para dez mil passageiros por dia e aumentar o número de comboios para a província de Malanje, de dois para quatro semanais.

Quanto à questão do caderno reivindicativo dos trabalhadores, que despoletou duas greves este ano, Augusto Osório disse que o mesmo está a ser revisto e que não há problemas com o grupo negociador.