Em conferência de imprensa realizada esta segunda-feira,07, o oficial explicou também que os agentes envolvidos na detenção do médico pediatra Sílvio Dala, falecido no dia 01 de Setembro, em circunstâncias ainda por esclarecer, estão suspensos até ao final da averiguação.
"Só em Luanda já multamos 19 polícias nossos, por não uso de máscaras. E não são somente punidos com multas, são sancionados também disciplinarmente", disse aos jornalistas o comissário-chefe e comandante provincial de Luanda.
Segundo Eduardo Cerqueira, todos os efectivos que a inspecção da PN encontra sem o uso correcto das máscaras na via pública são levados e têm o mesmo tratamento de qualquer cidadão que é encontrado na via pública.
O comandante da Polícia Nacional em Luanda explicou, entretanto, à imprensa que o médico pediatra Sílvio Dala perdeu a vida a caminho do Hospital do Prenda, depois de um mal-estar no piquete da esquadra policial do "Calotes" ex-UAT, no bairro do Rocha Pinto, distrito da Maianga, em Luanda.
De acordo com o comandante, o médico sofreu uma queda aparatosa no interior da esquadra e teve escoriações ligeiras na cabeça, e que as imagens postos a circular nas redes socias do médico com sangue na cabeça não é do interior na esquadra, mas sim da casa mortuária e foi tirada na maca.
Além da suspensão dos agentes, prossegue Eduardo Cerqueira, o Ministério do Interior abriu inquérito e um processo-crime, que já corre trâmites na Procurador-Geral da República (PGR).
O comandante da PN em Luanda salientou que a Polícia agiu somente no cumprimento do Decreto Presidencial sobre o estado de calamidade, que proíbe e multa os cidadãos que circulam sem uso de máscara facial.
Polícia apresentou aos jornalistas uma testemunha do caso
Ainda ontem, a PN em Luanda convidou os jornalistas a se deslocarem à esquadra dos "Calotes" antiga unidade da UAT, no Rocha Pinto, onde aconteceu a suposta queda que levou a morte do médico Sílvio Dala.
O jovem Eduardo Fernando Ngingi, que, na altura, se encontrava no local para apresentar uma queixa-crime contra um jovem com quem se terá desentendido na ocasião, explicou que Sílvio Dala apareceu na esquadra com um agente da Polícia.
Segundo a testemunha, o agente perguntou ao médico se tinha um familiar próximo da esquadra, tendo este respondido que não, mas que tinha o número de telefone de um tio.
"O agente pegou o telefone do médico e ligou para o tio. O senhor que atendeu do outro lado disse que não conhecia o médico", afirmou a testemunha.
O jovem Eduardo Fernando Ngingi disse que tão logo o agente desligou o telefone, o médico caiu no chão e começou a convulsionar.
Questionado pelo Novo Jornal se Sílvio Dala estaria a sangrar na ocasião, aquela testemunha respondeu que sim, mas não soube precisar, concretamente, a hora, em que incidente ocorreu, mas assegurou que médico não foi colocado na cela.