Nas últimas horas o planeta ultrapassou a barreira dos quatro milhões de casos em pouco mais de quatro meses desde o registo do primeiro paciente, na cidade de Wuhan, China, mas dos três ao actuais quatro milhões passaram apenas 10 dias, o que mostra uma subida exponencial das infecções.

Apesar disso, é também, como se compreende dos números que acabam de ser avançados pela OMS, o momento em que, um pouco por todo o mundo, as maiores economias, da Europa aos Estados Unidos, da China, da Índia, começam a aligeirar as medidas de confinamento social, com as actividades económicas, nomeadamente o comércio, começam a reaparecer.

Mas é igualmente neste momento que, como é disso exemplo a China e a Coreia do Sul, ou mesmo a Alemanha, as autoridades nacionais começam a mostrar receio por uma segunda vaga do vírus, havendo mesmo o regresso na China ao fecho de uma cidade de 10 milhões de habitantes, Harbin, no norte do país, junto à fronteira com a Rússia, por causa do surgimento inusitado de novos casos de infecção pelo novo coronavírus.

Nos quatro meses e meio que passaram desde o início da pandemia da Covid-19, a China começou por ser o epicentro e a maior preocupação da OMS, depois foi a Europa, com destaque para a Itália, Espanha, Alemanha e Reino Unido e, actualmente, é na Rússia e no Brasil que se concentram os maiores receios de uma expansão descontrolada da patologia.

Em todo o mundo, hoje, estão confirmados 4,1 milhões de casos, com 287 mil mortes, sendo que os EUA são, todavia, ainda o país com mais casos, 1,350 milhões de infecções e cerca de 87 mil mortos, seguindo-se com 233 mil pacientes da Covid-19, embora com "apenas" 2.010 mortes, mantendo-se o Reino Unido como o país com mais mortes a seguir aos Estados Unidos, pouco mais de 32 mil.

Os países onde o mundo tinha os olhos postos ainda há 15 dias, Itália e Espanha, mostram estar a conseguir controlar a evolução da doença, com 219 mil e 227 mil casos respectivamente, atrás dos EUA e da Rússia, enquanto o Brasil tem sido dos países com maior destaque, primeiro, porque o Governo de Brasília mostra não estar disposto a sacrificar a economia para salvar vidas e, depois, porque tem assistido a um crescendo no número de infecções muito significativo à medida que vão aumentando o número de testes realizados.

A par dos EUA, o Brasil é o principal responsável pela deslocação do principal foco da doença para as Américas, depois de ter estado nos últimos dois meses na Europa e antes na Ásia.

Em África, segundo o balanço mais recente do Centro de Controlo e Prevenção (CDC, em inglês), o número total de casos tem vindo a crescer com maior vigor nos últimos dias, tendo atingido na segunda-feira,11, os 63. 350, com 2.700 em apenas 24 horas, tendo ainda sido contabilizadas mais 176 mortes, elevando o total de fatalidades para 2,290.

O Norte de África e a África do Sul são, como desde o início, as regiões com mais casos confirmados, com o país de Mandela a ultrapassar a fasquia dos 10 mil casos, seguindo-se o Egipto, com 9.400, vindo depois a Argélia com 5.700.

Em número de óbitos, o Egipto lidera, com 533, seguindo-se a Argélia, com 507, e a África do Sul, com 206.