"Há centros que estão a usar máscaras de panos e a reutilizar para todos os pacientes", queixa a secretária da ADIRA, Palmira da Silva, ao NJ.
Segundo a líder da ADIRA, as máscaras usadas pelos pacientes são lavadas, engomadas e posteriormente disponibilizadas para outros pacientes, o que tem criado algum desconforto por causa do risco de contaminação.
"Os pacientes com outras patologias como a tuberculose, hepatites, VIH/Sida usam as mesmas máscaras. Não é um método viável, apesar de serem lavadas.
Não estamos de acordo", declara.
Palmira da Silva explica que, com a pandemia da Covid-19 e o estado de emergência em curso, as dificuldades enfrentadas pelos doentes com insuficiência renal só pioraram.
Outro grande problema se prende com a falta de transporte para as deslocações dos pacientes às sessões de diálise.
"Os táxis estão com número de ocupantes reduzidos, o que dificulta ainda mais o acesso aos tratamentos", lamenta.
A situação, aliada às dificuldades financeiras vividas por este grupo, faz com que muitos doentes desistam dos tratamentos.
Razão pela qual, a ADIRA apela a que as autoridades apoiem os centros de hemodiálise com mais viaturas.
Por outro, os pouquíssimos centros que dispõem de viaturas para transporte dos doentes não conseguem cumprir a medida de distanciamento social devido ao levado número de pacientes.
Nos últimos dias, o Governo Provincial de Luanda (GPL) tem levado a cabo acções de ajuda a grupos vulneráveis. A ADIRA lamenta que ainda não tenham recebido ajudas com bens essenciais e materiais de biossegurança como álcool, luvas e máscaras.
"Sentimo-nos menosprezados, abandonados, e continuamos a ser invisíveis aos olhos do Estado", lamenta.
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