Este documento, denominado "Actualização estatística dos Indicadores e Índices de Desenvolvimento Humano de 2018", foi apresentado na capital angolana sob a responsabilidade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), cujo representante em Angola, Paolo Balladelli, presidiu à cerimónia.

Com esta alteração significativa na esperança média de vida em Angola a contribuir de forma significativa para isso, o país subiu de estatuto no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do PNUD, a agência das Nações Unidas que gere as questões do desenvolvimento em todo o mundo, passando para a categoria de "Desenvolvimento Médio".

O documento, apresentado no auditório do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), apresenta um avanço significativo nesta matéria, ao que não é alheio o facto de a guerra ter terminado entretanto, em 2002, onde milhares de jovens morreram em consequência do conflito armado, mas não deixa de apontar o longo caminho que o país ainda tem para percorrer.

Isto, porque no topo do IDH do PNUD está a Noruega, país europeu onde uma criança que nasça hoje tem como esperança média de vida ligeiramente acima de 20 anos superior à angolana.

Subsistem problemas próprios do subdesenvolvimento

No entanto, apesar desta evolução positiva, Angola ainda se debate com problemas próprios de países subdesenvolvidos, como é disso exemplo a existência de cerca de quatro milhões de crianças sem registo de nascimento.

Para alterar esta situação, o Governo lançou este ano o programa "Nascer com o registo", iniciado na Maternidade Lucrécia Paim, no distrito urbano da Maianga, município de Luanda, e no Hospital dos Cajueiros, situado no município do Cazenga, em Junho.

Desenvolvido pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos em parceria com os ministérios da Saúde, da Família e Promoção da Mulher e da Cultura e financiado pela União Europeia, o programa conta ainda com o apoio técnico do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Recorde-se que o registo de nascimento é um dos 11 compromissos de protecção à infância assumidos pelo Governo durante o III Fórum Nacional sobre a Criança, realizado na capital do país, em 2007.

Os outros compromissos enumerados pelo Executivo foram: A esperança de vida, Segurança alimentar nutricional, Educação da primeira infância, Educação primária, Justiça juvenil, Prevenção e reeducação do impacto do VIH/Sida nas famílias e nas crianças, Prevenção e mitigação da violência contra a criança, Competências familiares, Criança e comunicação social e Criança no orçamento geral do Estado.