Rosa Melo referiu que o Estado angolano se propôs, pela primeira vez, legislar as acções do poder tradicional no País para melhor controlo das actividades desenvolvidas por aquelas instituições.

"Até ao momento temos controlado 40.075 autoridades tradicionais subsidiadas, mas há muito mais, algumas até trabalham, mas não são subsidiadas, é muita autoridade e o peso para o Estado é enorme na medida em que mensalmente o Estado despende cerca de 800 milhões de kwanzas", afirmou.

Rosa Melo defende que os gastos mensais do Estado com as autoridades tradicionais do País poderiam ser direccionadas para outras acções em seu benefício, apontando a necessidade de depurar as verdadeiras autoridades por existirem ainda "muitos sobas fantasma".

Apesar da existência destas "autoridades tradicionais fantasmas", que concorrem para o aumento das despesas do Estado, a dirigente garantiu estar já em curso um levantamento para quantificá-los.

A directora nacional falava, em Luanda, à margem do primeiro encontro de auscultação pública sobre a proposta de lei sobre as Instituições do Poder Tradicional.

"O que nos interessa aqui é vermos como as autoridades tradicionais irão trabalhar doravante, o que as autoridades têm de fazer para adequar o seu "modus operandi", mas estamos aqui também para tentar salvaguardar aqueles que são os interesses dessas instituições", explicou.

A situação actual das autoridades tradicionais no País é marcada por uma "forte dependência" do Estado, referiu.

"O que verificamos é que as autoridades se queixam que os subsídios são fracos e a questão que se coloca é se as autoridades tradicionais devem depender o Estado", declarou.