Nas escolas públicas os professores não estão a dar aulas e os estudantes que se deslocaram aos estabelecimentos de ensino tiveram de regressar a casa.

Nas unidades de saúde, os médicos que garantem os serviços mínimos estão a atender apenas pacientes que chegam em estado crítico, verificou o Novo Jornal na maternidade Lucrécia Paim, no Hospital Josina Machel "Maria Pia".

No sector da justiça, postos de identificação, conservatórias e notários, assim como nos tribunais, a paralisação é total.

O Novo Jornal efectuou esta manhã uma ronda pelos vários sectores da função pública e constatou que a greve é uma realidade.

Logo nas primeiras horas desta quarta-feira, 20, o primeiro dia da paralisação anunciada pela Força Sindical, Confederação Sindical (UNTA) e a Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSSILA), os estudantes e encarregados de educação depararam-se com os efeitos da greve dos professores.

O Executivo, através do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), que diz estar aberto ao diálogo, não voltou a chamar as centrais sindicais para procurarem chegar a acordo e evitar a paralisação de três dias.

O Novo Jornal comprovou em alguns pontos da província de Luanda a forte presença policial nas ruas, com maior destaque para as Unidades Caninas e Cavalaria, Polícia de Intervenção Rápida, Unidade de Reacção e Patrulhamento e Ordem Pública.

Para além destas forças visíveis em diversos pontos, o Novo Jornal sabe que há também uma presença considerada de forças de baixa visibilidade em diversos pontos para qualquer eventual reacção.

Nos comandos municipais as tropas estão mobilizadas para qualquer situação, caso sejam ordenadas superiormente.

Entretanto, no sector privado tudo funciona normalmente e não há qualquer paralisação em nenhum dos sectores, constatou o Novo Jornal.

Já os taxistas, que alguns temiam que se juntassem à greve, trabalham com normalidade e no seu ritmo normal, situação que dá a Luanda uma aparência de normalidade.

O porta-voz dos sindicatos, Teixeira Cândido, disse não ser necessária a presença policial nas ruas, pois a greve, em princípio, será feita em casa e ninguém sairá às ruas para se manifestar.