Cálculos do NJ mostram que, por ano, a fome matou, em média, pelo menos 2.628 crianças, cerca de sete mortes por dia - num ano.

De acordo com a DNSP, regista-se um acentuado número de crianças menores de cinco anos nas unidades de tratamento com elevada taxa de mortalidade, devido às constantes rupturas dos produtos terapêuticos nutricionais, medicamentos de rotina e a falta de supervisão formativa.

Além dos números, a luta contra a desnutrição enfrenta graves problemas. Desde 2015 que o Programa de Nutrição do Ministério da Saúde (MINSA), responsável por traçar as acções de combate e prevenção da desnutrição em todo o país, não recebe as verbas cabimentadas no Orçamento Geral do Estado (OGE).

A revelação foi feita em entrevista a este semanário pela chefe do referido programa, Madalena Rodrigues.

"Foi-nos solicitado um plano operacional no qual deveríamos distribuir o montante por trimestre. Isso foi feito. E normalmente faz-se todos os anos. Mas infelizmente chegámos ao fim do ano e às vezes temos zero. Não recebemos nada", lamenta.

A «bóia de salvação» vem dos parceiros como o UNICEF, Word Vision, Banco Mundial e o Banco de Fomento de Angola (BFA), pois tem sido graças aos valores disponibilizados por estes que se tem dado seguimento as acções de combate a desnutrição.

"Em 2015 e 2016 não recebemos nada. Em 2017, recebemos apenas 7 milhões de kwanzas", explica ao acrescentar que a «torneira» voltou a secar em 2018.

"Em 2019 não recebemos nada mas fez-se a aquisição de produtos terapêuticos no valor de 200 milhões de kwanzas", esclarece.

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